O WhatsApp, aplicativo de mensagens utilizado por mais de 2 bilhões de pessoas ao redor do mundo, está considerando a introdução de anúncios em duas de suas funcionalidades: Canais e Status. Esta mudança representa um desvio significativo da política de longa data da empresa de evitar anúncios na caixa de entrada principal dos usuários.
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Anúncios nos Canais e Status
Em uma entrevista recente, Will Cathcart, CEO do WhatsApp, afirmou que, embora não haja planos para exibir anúncios na caixa de entrada principal, a empresa está aberta à possibilidade de incluí-los em outras áreas do aplicativo.
Os primeiros anúncios devem aparecer nos Canais, uma funcionalidade de transmissão lançada no Brasil em setembro, e no Status, semelhante à funcionalidade Stories de outras plataformas sociais. Estes foram os dois espaços mencionados como potenciais espaços para publicidade.
A ideia de inserir anúncios no Status não é nova; o WhatsApp já havia discutido essa possibilidade há alguns anos, mas nunca implementou a mudança. Até o momento, não há testes sendo realizados para anúncios no Status em nenhum país, conforme confirmado por um porta-voz da Meta ao TechCrunch. No entanto, a empresa não forneceu uma declaração oficial sobre o assunto.
Brasil é o mercado mais importante para o WhatsApp
O Brasil, sendo o terceiro maior mercado do WhatsApp e o país com o maior uso per capita do aplicativo, desempenha um papel fundamental na estratégia da empresa. O país lidera o mundo no envio de mensagens de texto, áudio e conversas que desaparecem, destacando-se como um mercado chave para quaisquer mudanças futuras na plataforma.
Cathcart também enfatizou que o aplicativo continuará gratuito e sem anúncios na caixa de entrada dos usuários. A empresa tem gerado receita por meio de mensagens de negócios e anúncios que direcionam os usuários para o WhatsApp a partir de outras plataformas, como Facebook e Instagram. Essas ferramentas de mensagens para empresas geram atualmente um faturamento anual de US$ 10 bilhões para a Meta.
Além disso, o presidente do WhatsApp destacou a importância da criptografia de ponta a ponta e reiterou o compromisso da empresa em proteger a privacidade dos usuários. Ele mencionou que qualquer proposta de rastreabilidade comprometeria a criptografia, uma preocupação particularmente relevante em discussões sobre regulamentação em países como o Reino Unido e a Índia.
No contexto brasileiro, Cathcart reconheceu a intensidade do uso do WhatsApp e a importância do país para a Meta. Ele mencionou a parceria com o Tribunal Superior Eleitoral e o aperfeiçoamento de mecanismos para detectar envios de disparos em massa, visando impedir o mau uso do aplicativo nas eleições municipais brasileiras do próximo ano.
Fontes: Folha de S.Paulo, TechCrunch, The Verge