Não deu para ver do Brasil, mas o primeiro e último eclipse solar total de 2021 aconteceu na madrugada do último sábado (4). O fenômeno, dessa vez, só pode ser visto de um ponto do planeta: a Antártida.
Praticamente inabitado, o continente foi o único do mundo onde o eclipse solar pode ser visto em sua totalidade. A agência espacial americana Nasa acompanhou tudo e até transmitiu ao vivo pelo YouTube para o resto do planeta.
A fase parcial do eclipse começou às 4h (horário de Brasília) e chegou à sua etapa completa às 4h44, de acordo com a Nasa. O Sol ficou completamente escondido pela Lua por apenas dois minutos, e às 5h06 o dia já tinha voltado a brilhar normalmente.
Vale lembrar que em algumas regiões da Antártida, nesta época do ano, o Sol nunca se põe; e que o continente não tem fusos horários definidos —por padrão, usa-se por lá o fuso da Nova Zelândia, que está 16 horas à frente do horário de Brasília.
As imagens ao vivo do eclipse transmitidas pela Nasa foram feitas pelos pesquisadores Theo Boris e Christian Lockwood, da expedição JM Pasachoff, localizada num ponto de observação na geleira Union, nos montes Ellsworth, do continente gelado.
Fora da Antártida, foi possível ver o eclipse de maneira parcial em algumas regiões do Hemisfério Sul, como na ilha de Santa Helena, Namíbia, Lesoto, África do Sul, Geórgia do Sul e Ilhas Sandwich do Sul, Ilhas Crozet, Ilhas Malvinas, Chile, Nova Zelândia e Austrália.
Em muitos desses lugares, o eclipse ocorreu antes, durante e depois do nascer ou pôr do sol. Isso significa que os observadores precisaram ter uma visão clara do horizonte durante o nascer ou o pôr do sol para ver o eclipse, o que nem sempre é possível.
Houve também quem pegasse avião para sobrevoar a Antártida bem no momento do eclipse. Segundo a revista Forbes, dois voos cobriram o trecho e o período do eclipse, um saindo de Santiago, no Chile, e outro de Melbourne, na Austrália. As passagens chegaram a custar de US$ 6.500 (cerca de R$ 36.700 na cotação atual) a US$ 9.100 (R$ 51.415).
Da Estação Espacial Internacional, o cosmonauta Pyotr Dubrov não conseguiu ver o eclipse em si, mas fotografou o momento em que a sombra da Lua era projetada sobre o Polo Sul da Terra. A agência espacial russa Roscosmos divulgou as imagens no Twitter.
Imagens do único eclipse solar total de 2021
Como explica a Nasa, um eclipse solar ocorre quando a Lua está localizada entre o Sol e a Terra, lançando uma sombra no planeta e bloqueando total ou parcialmente a luz do Sol em algumas áreas.
“Para que ocorra um eclipse solar total, o Sol, a Lua e a Terra devem estar alinhados. Os habitantes da área localizada no centro da sombra da Lua, quando ela atingir a Terra, verão um eclipse total. O céu ficará muito escuro, como se fosse amanhecer ou anoitecer. Se o tempo permitir, as pessoas no caminho de um eclipse solar total podem ver a coroa do Sol, ou sua atmosfera externa, que normalmente fica obscurecida pelo lado brilhante da estrela”, informa a agência em seu site.
O próximo eclipse solar é previsto para 30 de abril de 2022, visível na parte sudeste do Oceano Pacífico e trechos da América do Sul. Depois, teremos outro no dia 25 de outubro de 2022, visível em partes da Europa, nordeste da África, Ásia ocidental e Oriente Médio.
Estes dois, porém, serão eclipses solares parciais, quando apenas uma parte do Sol fica coberta pela Lua. O próximo eclipse solar total é esperado apenas em 2023, visível em partes da América do Norte e América Central.
*Com informações da BBC