Reino Unido exige que dona do Facebook venda Giphy

O órgão regulador de concorrência do Reino Unido bloqueou a aquisição da Giphy pelo Facebook e ordenou que a rede social venda a plataforma de compartilhamento de GIFs, afirmando que o negócio prejudica os usuários de redes sociais e os anunciantes ao limitar a concorrência.

A Autoridade de Concorrência e Mercados (CMA, na sigla em inglês) disse nesta terça-feira (30) que o acordo permitiria à empresa “aumentar seu já significativo poder de mercado”, negando ou limitando o acesso de outras plataformas ao Giphy e direcionando o tráfego para sites geridos pelo Facebook.

O órgão observou que existe apenas um outro grande provedor de GIFs: o Tenor, que pertence ao Google.

  • A aquisição da plataforma foi anunciada em maio de 2020 e calculada em US$ 400 milhões
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O regulador também apontou que o acordo poderia eliminar a concorrência potencial no mercado de publicidade que movimenta cerca de 7 bilhões de libras (R$ 52,3 bilhões, na cotação atual) no Reino Unido, dos quais o Facebook controla metade.

É a primeira vez que o órgão tenta desatar uma fusão entre empresas de tecnologia, marcando uma escalada dos reguladores que procuram domar os gigantes digitais.

O Facebook, que foi renomeado como Meta, disse discordar da decisão e está considerando todas as suas opções, incluindo entrar com um recurso.

“Tanto os consumidores quanto o Giphy estão melhores com o apoio de nossa infraestrutura, talento e recursos”, disse a empresa.

“Juntos, Meta e Giphy melhorariam o produto para milhões de pessoas, empresas, desenvolvedores e parceiros no Reino Unido e em todo o mundo que usam a plataforma todos os dias, proporcionando mais opções para todos”.

Após consultar outras empresas e grupos e avaliar soluções alternativas propostas pelo Facebook, o órgão regulador disse que “concluiu que suas preocupações com a concorrência só podem ser resolvidas com a venda do Giphy em sua totalidade”.

Stuart McIntosh, presidente do grupo independente do órgão que realizou a investigação, disse que o negócio “já eliminou um potencial concorrente no mercado de publicidade”.

“Se não tivéssemos tomado uma ação, [a continuidade do negócio] também permitirá que o Facebook aumentasse ainda mais seu significativo poder de mercado nas mídias sociais, por meio do controle do acesso dos concorrentes ao Giphy”, disse ele.

“Ao exigir que o Facebook venda Giphy, estamos protegendo milhões de usuários das mídias sociais e promovendo a concorrência e a inovação na publicidade digital”.

O Giphy é uma ferramenta popular para usuários que enviam mensagens ou postam em redes sociais.

Os dois lados travaram uma batalha amarga por causa do acordo, que foi calculado em US$ 400 milhões (cerca de R$ 2,2 bilhões).

A CMA disse em uma decisão provisória em agosto que o Facebook deveria ser vender o Giphy. O gigante social respondeu com uma carta dizendo que a decisão provisória continha “erros fundamentais”.

No mês passado, o órgão multou o Facebook em 50,5 milhões de libras (cerca de R$ 377,5 milhões) por não fornecer as informações necessárias para a investigação, dizendo que o não cumprimento da empresa foi deliberado.


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