Uma rara lula bigfin, da família Magnapinnidae, foi avistada por câmera de mergulhadores que exploravam uma área da Flórida Ocidental no Golfo do México, na costa dos Estados Unidos, durante uma expedição chamada “Windows to the Deep 2021”. O anúncio foi feito pela NOAA (Administração Oceânica e Atmosférica Nacional) norte-americana.
“Não é todo mergulho que exploradores de águas profundas encontram uma lula bigfin. Na verdade é bem incomum: cerca de uma dúzia de avistamentos foram confirmados em todo o mundo. Então, quando capturamos uma lula bigfin adulta foi um momento bastante emocionante”, informou a NOAA, em comunicado emitido na última sexta-feira (12).
Tamanha empolgação se justifica pelo tempo pouco tempo desde que a espécie foi descrita oficialmente pelos cientistas, cerca de 20 anos.
Já se sabe que essas lulas estão bem distribuídas pelo oceano profundo do globo, com avistamentos até na Austrália. Com barbatanas grandes e apêndices extensos (são oito braços e dois tentáculos), esses seres vivem mais fundo do que qualquer outra lula já conhecida. O exemplar visto estava a 2.385 metros de profundidade.
Em vídeo publicado ontem no perfil da NOAA dedicado a explorações oceânicas no Twitter, é possível ver o tamanho do ser marinho que pode passar de seis metros. A maior lula da espécie já conhecida tinha 6,4 metros sendo apenas seus braços e tentáculos com 6,1 metros, o que representa 20 vezes o tamanho do corpo.
Quando a NOAA fez o primeiro avistamento desta lula “de outro mundo”, como eles mesmo se referem a ela, em expedição no Golfo do México, em 2012, os cientistas até pensavam estar vendo uma água-viva gigante ou um sifonóforo, considerada a mais comprida criatura do oceano, até que um zoom no vídeo captado pelo cinegrafista desfez o mistério.
De acordo com o comunicado do órgão dos EUA, ainda é desconhecido como essas lulas bigfin utilizam seus extensos braços e tentáculos. Como seus apêndices possuem ventosas microscópicas, uma hipótese é de que esses animais as usam para prender presas que passam por elas ou durante “arrastos” no fundo do mar.
Até hoje estão descritas oficialmente apenas três espécies dessas lulas. “A cada avistamento aprendemos mais sobre esses seres maravilhosos e indescritíveis, mas há muito o que aprender. À medida que o acesso ao oceano profundo aumentar, aprenderemos mais sobre sua biologia, comportamento e muito mais”, conclui a NOAA.