Qual o efeito da hipervacinação no organismo? Estudo responde

Um idoso alemão alega ter recebido 217 vacinas de Covid-19 ao longo de 29 meses. E pesquisadores da Universidade de Erlangen-Nuremberga, na Alemanha, investigaram a resposta imune do organismo do homem, de 62 anos, que não teve o nome divulgado, após passar por essa hipervacinação.

Para quem tem pressa:

  • Pesquisadores da Universidade de Erlangen-Nuremberga estudaram a resposta imune de um idoso alemão de 62 anos após hipervacinação contra Covid-19. Eles constataram que as células T do indivíduo permaneceram ativas e sem sinais de fadiga;
  • Análises de amostras de sangue e saliva mostraram que a quantidade de células T estava elevada, e o idoso apresentou um nível de anticorpos contra o coronavírus mais alto do que o observado em indivíduos com o esquema vacinal completo;
  • O estudo, publicado na Lancet Infectious Disease, investigou como uma exposição frequente e em grande quantidade a antígenos, como visto na hipervacinação contra a Covid, afetaria a efetividade das células T;
  • Apesar de o idoso ter se vacinado voluntariamente por “motivos pessoais”, sua ação levou a uma investigação por suposta fraude pelo Ministério Público de Magdeburg, que confirmou a aplicação de 134 doses das vacinas de Covid-19. Não houve acusação criminal contra o homem.

Ao analisar amostras de sangue e saliva, coletadas entre agosto e novembro de 2023, os pesquisadores constataram que a quantidade de células T (tipo de célula imunológica) estava alta. Além disso, as células do idoso não apresentaram fadiga, em comparação às células de quem está com o esquema de vacinação alemão completo (três doses, com reforço anual para grupos de risco).

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Hipervacinação contra Covid

Enfermeira carregando dose de vacina em agulha de injeção
Moderna já trabalha numa vacina para câncer baseada em RNAm (Imagem: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil)

Ao receber a 217ª dose da vacina contra Covid, o idoso não apresentou resposta imunológica mais baixa. Na verdade, seu organismo apresentou mais anticorpos contra o coronavírus. Mas os pesquisadores reforçam a indicação de seguir as orientações dos órgãos de saúde em artigo publicado na revista Lancet Infectious Disease.

O objetivo da pesquisa foi investigar a reação de células T ao receber grande quantidade, em alta frequência, de um antígeno. Em casos como HIV e Hepatite B, por exemplo, essas células ficam fatigadas ao longo dos anos.

Os pesquisadores temiam que, no caso dos imunizantes contra a Covid, a hipervacinação reduzisse a efetividade das células T. Isso porque as vacinas contêm partes do vírus ou o vírus atenuado para que o sistema imunológico possa identificá-lo e gerar proteção contra futuras infecções.

Enfermeiro carregando dose da vacina bivalente contra Covid numa agulha de injeção
(Imagem: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil)

O idoso estudado se vacinou de forma voluntária (até comprou algumas doses). A pesquisa não revela a motivação por trás da hipervacinação contra Covid do homem. O texto se limita a informar que foram “motivos pessoais”.

Do total da dose cavalar injetada no idoso, ao longo dos anos, comprovantes de vacinação e o Ministério Público de Magdeburg confirmaram a aplicação de 134 doses da vacina contra Covid. O Ministério Público local até abriu investigação contra o homem por suposta fraude, mas não houve acusação criminal.


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