Presentão: Em família, Martinho da Vila vive reedição de ‘Gbalá’ no dia de seu aniversário

Presidente de Honra da Vila Isabel, baluarte do Carnaval e um dos maiores artistas do país. Martinho da Vila completou 86 anos nesta segunda-feira e ganhou um presente especial da Azul e Branca do bairro de Noel: viu seu histórico Gbalá ecoar pela Passarela do samba, após 30 anos.

O sambista desfilou no último carro da agremiação, que retratou “O sagrado batismo”, uma representação das crianças purificadas após voltarem do Templo da Criação. Confiante no título, Martinho contou que o retorno à Passarela do Samba após 30 anos – e justamente no dia de seu aniversário – é motivo de muita felicidade.

“Para mim é algo impressionante, porque a Vila trouxe isso há 30 anos. O presente que espero será dado pela Vila Isabel: vamos ganhar o Carnaval. Gbalá é a salvação (risos). É o que diz o samba: é resgatar, salvar, socorrer e ajudar”, disse o baluarte.

A agremiação do bairro de Noel levou para a avenida o enredo “Gbalá – viagem ao templo da criação”. A obra, desenvolvida pelo carnavalesco Paulo Barros, foi uma reedição de um desfile que marcou o coração de uma geração de torcedores. À época criado pelo carnavalesco Oswaldo Jardim, o primeiro desfile foi comprometido por uma forte chuva que atingiu a região do Sambódromo. Segundo o presidente de honra, se não fosse o mau tempo, a escola brigaria pelo título.

“Se não fosse a chuva, teríamos chegado na frente. Foi um desfile muito bonito, mas caiu um temporal, e a escola também não estava com uma situação financeira muito boa. Mesmo assim fizemos um desfile que foi uma maravilha. Hoje, está tudo à favor da Vila”, contou.

O artista pôde reviver, em família, uma de suas maiores composições: seus filhos e netos desfilaram na Vila – cada um em uma ala. Para Mart’nália, que atravessou a Passarela do Samba tocando na Swingueira de Noel, participar da reedição de Gbalá foi a realização de um sonho. Em 1993 ela desfilou como puxadora do samba, junto aos irmãos.

“É uma segunda realização, porque da outra vez eu também desfilei. Também é um grande presente para o meu pai, o aniversariante do dia. É muito gratificante poder tocar um samba lindo como esse. Vai ser o samba de uma pessoa só que vai passar na Avenida. O grande presente dele foi o Gbalá na Sapucaí”, comentou a artista, que é filha do sambista.

Já a geração mais nova da família viveu pela primeira vez a emoção de Gbalá. Guido Ventapane, neto de Martinho, é ritmista da Swingueira de Noel e apaixonado por Carnaval. Segundo ele, tocar o samba do avô na avenida representou vivenciar a experiência vivida por sua mãe e seus tios.

“O presente do meu avô foi aqui na avenida e, se Deus quiser, na quarta-feira. Estar na bateria tocando um samba-enredo do meu avô é muito importante para mim, porque tive a oportunidade que a minha tia e a minha mãe tiveram em 1993. Hoje foi a minha vez de viver essa emoção. Foi um desfile muito importante para a Vila, espero que a gente consiga levar o caneco para Vila Isabel”, comentou Guido.


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