O jovem ator havia anunciado três dias atrás que iria marchar hoje pela Avenida 23, localizada em Havana, na véspera da passeata marcada para acontecer nesta segunda-feira na capital do país caribenho.
Desde às 11h locais (12h de Brasília), o prédio onde García Aguilera vive com a família, no bairro de La Lisa, estava cercado por vários agentes de forças de segurança que impediam a passagem de pessoas e também de veículos pelos arredores.
O ativista, respaldado pela plataforma virtual, Archipiélago, convocou passeata amanhã contra a violência, pela libertação dos presos políticos e pela solução das diferenças em Cuba pela via democrática e pacífica.
Para evitar uma eventual repressão contra os participantes do ato, que foi considerado ilegal pelo governo, García Aguilera, afirmou que caminharia neste domingo sozinho e “em silêncio” durante a tarde, pela Avenida 23.
Desde as primeiras horas do dia, agentes se posicionaram nos arredores da residência do ativista, enquanto um ônibus foi atravessado na rua, para interromper o trânsito.
O aparelho de telefone do ator teve chamadas restritas e o sinal de internet cortado.
García Aguilera, então, colocou um pedaço de pano branco e três rosas da mesma cor em uma das janelas, além de ter acenado diversas vezes para jornalistas estrangeiros que acompanham o cerco à residência do ativista.
Em frente ao local onde os profissionais de imprensa se reuniram, apoiadores do governo estenderam três grandes bandeiras de Cuba, para impedir a visão da casa do ator.
O governo da ilha caribenha decretou a ilegalidade da passeata de amanhã, atacou os organizadores e indicou que os Estados Unidos estão por trás dos atos. EFE