Nvidia aponta Huawei como principal concorrente em áreas importantes, incluindo chips de IA

A Nvidia afirmou na quarta-feira (21) em relatório anual que a Huawei era concorrente em quatro das cinco principais categorias do seu negócio, incluindo o fornecimento de software e hardware para unidades de processamento gráfico (GPUs), que são amplamente utilizadas em IA generativa.

Outras empresas também listadas como rivais em algumas áreas incluem AMD, Amazon, Microsoft e Broadcom.

A nomeação da Huawei ocorreu dois meses após Jensen Huang, CEO da Nvidia, reforçar que a empresa de tecnologia chinesa era uma concorrente “formidável” na produção de chips de IA, de acordo com uma notícia da Reuters.

A empresa sediada em Shenzhen, que fabrica smartphones e equipamentos de telecomunicações, surpreendeu o mundo no ano passado ao lançar o Mate 60 Pro, um telefone de última geração equipado com chips avançados.

Após o lançamento, surgiram dúvidas sobre como a Huawei conseguiu fabricar o aparelho mesmo após quatro anos sob as restrições dos Estados Unidos que proíbem seu acesso à tecnologia 5G.

A descoberta representou um “marco” para a China, segundo analistas, num momento em que Pequim e Washington disputam a tecnologia de semicondutores.

Em outubro de 2022, a administração Biden impôs restrições radicais destinadas a restringir o acesso da China a chips de computação avançados. No início de 2023, o Japão e a Holanda juntaram-se aos EUA na redução da exportação de tecnologia de produção de chips para a China.

Pequim reagiu, e em abril de 2023 lançou uma investigação de segurança cibernética na Micron antes de proibir a empresa de vender para companhias chinesas que trabalham em projetos de infraestrutura importantes.

Em julho, a China impôs restrições de exportação sobre duas matérias-primas estratégicas, o gálio e o germânio, que são essenciais para a indústria global de produção de chips.

Em outubro de 2023, a administração Biden reforçou as restrições às vendas de semicondutores avançados por empresas americanas.

A Nvidia sinalizou preocupação em se envolver ainda mais nas tensões geopolíticas entre os Estados Unidos e a China.

A sua posição competitiva foi prejudicada e poderá ser ainda mais impactada a longo prazo se houver novas mudanças nas restrições de exportação de chips dos EUA, afirmou no relatório anual.

“No caso de tal mudança, poderemos não conseguir vender nosso estoque de tais produtos e desenvolver produtos de substituição não sujeitos aos requisitos de licenciamento, excluindo-nos efetivamente de todo ou parte do mercado da China, bem como outros mercados impactados, incluindo o Oriente Médio”, afirmou.

A Nvidia relatou na quarta-feira que seus lucros nos três meses encerrados em 28 de janeiro aumentaram 769% em relação ao ano anterior. Mas seus negócios na China foram atingidos pelas restrições dos EUA às vendas de chips ao país.

“O crescimento foi forte em todas as regiões, exceto na China, onde a receita do nosso data center diminuiu significativamente após as regulamentações de controle de exportação do governo dos EUA impostas em outubro [2022]”, disse Colette Kress, diretora financeira da Nvidia, em uma teleconferência.

Os data centers, que incluem as placas de vídeo, são a maior fonte de receita da Nvidia. As vendas do seu principal negócio de data center cresceram 409% ano após ano, para um recorde de US$ 18,4 bilhões no quarto trimestre.

Ela disse que a China representou “uma porcentagem de um dígito médio” da receita de data center da empresa no quarto trimestre e deverá permanecer em “uma faixa semelhante” no trimestre atual.

A Nvidia se recusou a comentar a notícia.

*Com informações de Rob McLean e David Goldman, da CNN Internacional

Este conteúdo foi criado originalmente em inglês.

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