A cidade de Nova York (EUA) acaba de inaugurar sua primeira estação pública de carregamento de bicicletas elétricas. A medida faz parte de um programa piloto que funcionará pelos próximos 6 meses.
Ao todo, a metrópole deve receber 5 postos nesse período. De acordo com as autoridades, a recém-inaugurada estação em Cooper Square, no East Village, vai ganhar a companhia de novas unidades no Brooklyn e em Manhattan “já nas próximas semanas”.
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A decisão do prefeito Eric Adams de lançar essa iniciativa ocorre após inúmeros registros de incêndios relacionados a e-bikes no ano passado. Segundo informa o jornal The New York Times, foram 268 episódios do tipo, que mataram 18 pessoas e feriram outras 150 somente em 2023.
Esses acidentes têm sido vinculados a:
- baterias de lítio e veículos mal fabricados ou de segunda mão;
- práticas de carregamento perigosas (como a utilização de equipamentos incompatíveis ou sobrecarga);
- e a falta de áreas de carregamento seguras numa cidade densamente povoada com numerosos edifícios residenciais, onde começam a maioria dos incêndios.
Como esses incêndios acontecem
- Dentro de uma bateria de lítio, várias células pequenas são agrupadas.
- Quando a bateria é usada, os íons de lítio se movem entre os eletrodos dentro de cada célula, gerando uma corrente elétrica.
- O perigo ocorre quando uma célula entra em “fuga térmica”, uma reação em cadeia na qual o calor se desenvolve extremamente rapidamente, criando uma ameaça de incêndio e, às vezes, de explosão.
- Uma célula pode entrar em fuga térmica por sobrecarga, defeito de fabricação ou até mesmo pelo calor de uma célula adjacente na bateria que já está em fuga térmica.
- Baterias de celular também são de lítio.
- As baterias das bicicletas elétricas, porém, contêm muito mais energia do que as dos celulares e, como resultado, são mais destrutivas em caso de incêndio.
NY age
No ano passado, Nova York se tornou a primeira cidade dos Estados Unidos a proibir a venda de dispositivos e baterias de mobilidade elétrica que não tenham sido certificados de acordo com os padrões de segurança da indústria.
Na última quarta-feira (28), a Câmara Municipal aprovou uma legislação para aumentar a fiscalização e as penalidades para vendas ilegais de dispositivos. Além disso, a nova lei exije que os vendedores publiquem informações sobre segurança da bateria – tanto nas lojas físicas como também nos espaços online.
A cidade também começou a lançar uma série de programas de troca voluntária para retirar das ruas bicicletas elétricas e baterias inseguras. Isso sem contar o lobby por mais supervisão estadual e federal sobre os dispositivos de mobilidade elétrica.
E temos agora esse programa-piloto das praças de carregamento. Nesses primeiros meses, até 100 entregadores vão participar. Eles precisar se cadastrar junto à prefeitura e poderão utilizar os locais de forma gratuita. Em troca, precisam dar um feedback do serviço às autoridades.
O programa custará cerca de US$ 950 mil em financiamento municipal. Um preço pequeno pensando nos estragos que esses incêndios causaram nos últimos anos.
As informações são do The Verge.