Mulher é vítima de estupro dentro da própria loja; agressor foi filmado

A Polícia Civil de Minas Gerais procura um homem suspeito de estupro contra uma microempresária de 27 anos, vítima do crime dentro da própria loja, em Santa Rita do Sapucaí, no sul do estado. A situação aconteceu em 11 de novembro e foi registrada por câmeras de segurança.

Fernanda Aparecida da Silva conta que o suspeito entrou na loja dela por volta das 10h à procura de uma camisa. Em determinado momento do atendimento, o homem a obrigou a entrar no provador e cometeu o crime. A vítima estava sozinha no estabelecimento.

Encurralada no provador, a mulher relata que teve o botão da calça estourado, mas conseguiu impedir o suspeito avançar ainda mais no crime após ameaçar que gritaria por socorro. Mesmo após cometer o delito, o homem saiu andando com calma do estabelecimento, mostram as imagens. Tudo durou pouco mais de dois minutos.

“Ele perguntou se tinha roupa masculina, eu disse que sim e separei algumas peças. Conversou comigo normalmente, como se fosse um cliente. De repente, apontou para o provador e falou para eu entrar. Pensei que fosse até um assalto, mas ele pediu para que eu abaixasse a calça. Eu recusei e nisso puxou o botão, tentou colocar a mão dentro da calcinha, sendo que na segunda conseguiu. Foi quando reagi, dei um murro no peito dele e ameacei gritar”, afirmou ela, em entrevista ao UOL.

Fernanda conta que ficou perplexa com a situação, sobretudo, em razão da audácia do suspeito, que não se intimidou com as câmeras e ou eventual flagrante por outras pessoas, pois a rua é bastante movimentada na cidade.

“Foi uma mistura de sentimentos na hora. Fiquei tão chocada que não sabia o que dizer ou fazer. Foram minutos em choque dentro do provador. Só depois consegui sair chorando muito e liguei para minha companheira e depois para a polícia. Foi raiva e nojo depois. Agora, estou mais tranquila, pois a polícia está procurando esse homem”, diz ela.

Polícia Civil busca identificar suspeito

Fernanda denunciou o caso no mesmo dia. A PM (Polícia Militar) recolheu as imagens, mas não conseguiu prender o suspeito em flagrante durante a ronda ostensiva nas redondezas.

Em nota, a Polícia Civil informou que abriu um inquérito para apurar o crime. O caso está registrado como “estupro, cuja investigação encontra-se em andamento na Delegacia de Santa Rita do Sapucaí”. Ainda não há informações sobre a identificação do suspeito.

“A equipe está em campo realizando diligências e procedimentos para identificar o suspeito e elucidar as circunstâncias e a motivação da ação criminosa”, ratificou.

A violência sexual contra a mulher no Brasil

No primeiro semestre de 2020, foram registrados 141 casos de estupro por dia no Brasil. Em todo ano de 2019, o número foi de 181 registros a cada dia, de acordo com o Anuário Brasileiro de Segurança Pública. Em 58% de todos os casos, a vítima tinha até 13 anos de idade, o que também caracteriza estupro de vulnerável, um outro tipo de violência sexual.

Como denunciar violência sexual

Vítimas de violência sexual não precisam registrar boletim de ocorrência para receber atendimento médico e psicológico no sistema público de saúde, mas o exame de corpo de delito só pode ser realizado com o boletim de ocorrência em mãos. O exame pode apontar provas que auxiliem na acusação durante um processo judicial, e podem ser feitos a qualquer tempo depois do crime. Mas por se tratar de provas que podem desaparecer, caso seja feito, recomenda-se que seja o mais próximo possível da data do crime.

Em casos flagrantes de violência sexual, o 190, da Polícia Militar, é o melhor número para ligar e denunciar a agressão. Policiais militares em patrulhamento também podem ser acionados. O Ligue 180 também recebe denúncias, mas não casos em flagrante, de violência doméstica, além de orientar e encaminhar o melhor serviço de acolhimento na cidade da vítima. O serviço também pode ser acionado pelo WhatsApp (61) 99656-5008.

Legalmente, vítimas de estupro podem buscar qualquer hospital com atendimento de ginecologia e obstetrícia para tomar medicação de prevenção de infecção sexualmente transmissível, ter atendimento psicológico e fazer interrupção da gestação legalmente. Na prática, nem todos os hospitais fazem o atendimento. Para aborto, confira neste site as unidades que realmente auxiliam as vítimas de estupro.


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