Deste número, três a cada quatro, 937, correspondem apenas a migrantes que morreram na rota atlântica para o arquipélago espanhol das ilhas Canárias, de acordo com o balanço das vítimas a partir de 3 de dezembro fornecido à Agência Efe pelo programa Migrantes Desaparecidos da OIM.
De acordo com este relatório, desde janeiro, pelo menos 99 crianças e 248 mulheres morreram ou desapareceram ao tentar chegar à Espanha em pequenas embarcações.
A OIM sempre ressalta que os seus números de mortes se baseiam em estimativas mínimas, pois incluem apenas mortes nas quais o corpo foi recuperado ou aquelas que ocorreram no mar, mas para as quais existem testemunhos de sobreviventes.
A organização está ciente que há muitos naufrágios “silenciosos” que escapam das estatísticas, afinal não há dados ou testemunhos diretos do que aconteceu com esses barcos.
“Na OIM estamos extremamente preocupados com o aumento do número de vítimas nas viagens migratórias para a Espanha, particularmente nas ilhas Canárias”, disse à Efe uma porta-voz dos Migrantes Desaparecidos.
Os números atuais são: 937 pessoas morreram na rota das Canárias, 7% a mais do que em 2020 e 363% mais do que em 2019, quando o tráfego de barcos começou a ser reativado no local; e 318 pessoas morreram nas rotas que atravessam o Estreito de Gibraltar e o Mediterrâneo em direção à Espanha, 7% a menos do que em 2020 e 42% a menos do que em 2019.
Entre os mortos ou desaparecidos documentados até agora neste ano há 248 mulheres (221 na rota das Canárias e 27 no Mediterrâneo) e 99 crianças (83 nas Canárias, a última nesta quinta-feira, um bebê de dois meses, e 16 no Mediterrâneo).
Ao longo deste ano, a OIM situa em 20.148 o número de pessoas que chegaram em pequenos barcos ou jangadas às ilhas Canárias.
Os números para o Estreito de Gibraltar e rotas mediterrâneas são: 16.514 pessoas chegaram em pequenas embarcações nas costas da Península Ibérica, nas cidades espanholas de Ceuta, Melilla – ambas localizadas no norte da África -, e nas ilhas Baleares.
No caso da rota das Canárias, que desde 2020 concentrou mais de metade das chegadas de embarcações precárias à Espanha, os meses mais mortíferos até agora neste ano foram agosto, quando se perderam 380 vidas, e junho, quando foram registradas 258 mortes e desaparecimentos. EFE