Santiago, 24 Nov 2021 (AFP) – A visita nesta quarta-feira (24) do candidato presidencial de extrema-direita do Chile, José Antonio Kast, a um bairro popular da capital Santiago, gerou incidentes com os moradores, que rechaçaram sua presença em um ato de campanha para o segundo turno, que acontece em dezembro.
Cerca de 30 moradores abordaram, primeiro, a equipe de comunicação do candidato, ordenando que os funcionários deixassem o bairro de Lo Espejo, um dos mais pobres da região metropolitana da capital chilena. Kast, por sua vez, conseguiu entrar, dentro de uma grande caminhonete e entre protestos dos moradores, na casa de uma mulher com problemas de saúde, com quem havia planejado falar sobre as deficiências na saúde pública chilena.
“Assassino, nazista e fascista”, gritou uma moradora ao candidato do Partido Republicano, que venceu no domingo (21) o primeiro turno das eleições presidenciais, com 27,9%, e terá como adversário em 19 de dezembro o esquerdista Gabriel Boric, que obteve 25,8%.
Após alguns minutos, Kast deixou a casa escoltado por forças especiais da polícia, enquanto os moradores lançavam ovos, garrafas e pedras contra o seu veículo. Apesar da hostilidade, o candidato de extrema-direita saiu ileso do incidente.
Boric, por sua vez, lamentou o ocorrido e afirmou durante um ato de campanha que “não podemos dar argumentos” para que Kast se vitimize, e que “também não podemos cair em provocações”.
Os candidatos, que ocupam posições antagônicas no especto político, foram os mais votados no domingo e agora disputam o segundo turno que definirá o sucessor do conservador Sebastián Piñera. Desde a definição do pleito, os dois têm tentado moderar suas posições e buscar apoio de outros adversários.
Kast, por exemplo, é contrário a uma lei de aborto e ao casamento entre pessoas do mesmo sexo. Também prometeu construir uma cerca na fronteira para evitar a entrada de imigrantes irregulares e propõe benefícios sociais maiores às mulheres casadas.
Boric, da aliança esquerdista Apruebo Dignidad, que reúne a coalizão Frente Ampla e o Partido Comunista, propõe a instauração de um Estado de bem-estar com maior força e presença no âmbito social.
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