“A gente viu muitos venezuelanos saírem do país, mas agora muitos estão retornando e abrindo seus negócios, ajudando a movimentar a economia, porque o país está mais estável e mais seguro. Por outro lado, também houve um aprofundamento das desigualdades”, refletiu.
Eleições regionais e o pleito de 2024
Mello também avaliou as mudanças que vêm sofrendo o chavismo e como ele tem sido visto pelo povo, por exemplo a partir dos resultados das últimas eleições regionais, celebradas há algumas semanas. Apesar de o Grande Polo Patriótico, coalizão chavista, ter saído como grande vencedor, ela destacou que a legenda não foi a mais votada. A oposição obteve um total de 51% dos votos, mas, como saiu dividida, perdeu para as forças governistas.
“Essas eleições serviram de termômetro para o chavismo, que perdeu alguns estados importantes e recebeu menos votos totais. Além disso, houve a participação de apenas 45% da população. Em anos anteriores, superava os 60%”, citou.
Segundo ela, o que acontece é que o povo venezuelano entende que a direita não tem nada a oferecer, mas, ao mesmo tempo, já vê desgaste em Nicolás Maduro.
“Acho que é o momento de o chavismo escutar as pessoas, resolver alguns problemas urgentes, como a questão dos salários. Atualmente o salário mínimo é de dois dólares, se a gente fizer o câmbio. A cesta básica familiar gira em torno de 300 dólares. O chavismo ainda é a maior força política do país, mas são 23 anos de governo, há muito desgaste”, reforçou.
Por isso, ela acredita que nas eleições presidenciais de 2024, Nicolás Maduro não será candidato. Ela citou nomes como o de Diosdado Cabello e Delcy Rodríguez como candidaturas possíveis.