Na Viradouro desde 2019 nesta passagem, mas também comandando a Furacão Vermelha e Branca no período de 1999 a 2009, mestre Ciça trata com muito carinho essa nova conquista no Grupo Especial. Campeão também em 1992 com a Estácio e 2020 com a própria Viradouro, em entrevista ao site CARNAVALESCO, o experiente mestre de bateria revelou que a conquista desse ano foi a mais importante para ele porque também atingiu sua vida pessoal.
“Representa muita coisa na minha vida profissional e pessoal, porque ano passado nós fomos penalizados no décimo, e a harmonia foi penalizada mais do que eu, mas eu estava dentro do contexto, todo mundo teve um erro, se houve erro, e perdemos o Carnaval que tava na nossa mão ano passado. Trabalhamos muito esse ano. Um trabalho árduo, trabalhar na Viradouro não é fácil, é uma escola que te dá toda condição de trabalho, então você tem que fazer por onde. O significado desse título para mim, em relação a todos que eu já ganhei no Carnaval, foi o mais importante da minha vida pelo tempo de carnaval que eu tenho, vou fazer cinquenta e quatro anos de pista”, enfatiza o diretor de bateria.
Aos 67 anos e ainda com todo o vigor de um dos maiores mestres de bateria que já passou pela Marquês de Sapucaí, Ciça sabe da responsabilidade com a Viradouro e entende também o quanto os ritmistas e a escola em geral contam e confiam no seu trabalho.
“Eu chegar nessa idade, ganhar um título, e com um patamar lá em cima de bateria, que a minha bateria me deu, puxando minha bateria entre as melhores do Carnaval. Isso aí não tem preço. É uma emoção muito grande. Esse título vai ficar na história, porque foi uma briga dura, não de pontuação pelas escolas, que ficamos bem e tal, nós vencemos com sete décimos da segunda. As pessoas acham que foi fácil, não foi fácil. Mas o significado pra mim é importantíssimo. Não encontro nem palavras para falar da importância desse título para mim. A gente poder colaborar com a escola É uma coisa que eu me pergunto, a comunidade de Niterói é maravilhosa eles me amam de paixão, então é uma coisa que me emociona para caramba. O forte da escola é a escola não é uma pessoa individual. Nós temos Rute e Julinho, Wander, Tarcísio, Priscila e Rodrigo. Eu sou muito equilibrado nisso também. Mas, é bacana demais. Você ser reconhecido, ter o respeito também que a gente teve e que as pessoas tem por mim, os mestres tem por mim, da nova geração, torcendo por mim, isso é muito bacana, os novatos aí é com respeito comigo porque eu respeito todo mundo eu não sou de falar mal de ninguém eu não critico bateria de ninguém sempre fui correto com ritmista”, destaca Ciça.
O mestre ainda complementa falando sobre a sua relação com os ritmistas da “Furacão Vermelho e Branco”, e, como gosta de estar no ambiente do carnaval, viver os detalhes, frequentar a concentração e acompanhar se as coisas estão acontecendo como devem.
“Eu respeito o próprio ritmista. Eu fui apresentado e tinham quinhentos ritmistas na Viradouro. Isso é muito bacana. Enquanto Deus me der saúde, eu continuo. Até o dia que eu não puder produzir mais. O dia que eu não sentir adrenalina aqui nessa entrada da Sapucaí , aí eu vou parar. Mas enquanto tiver vontade, eu não trabalho sozinho, ninguém é forte sozinho, tem uma equipe que trabalha e colabora muito comigo. E eles me respeitam muito. Isso que importa pra mim. Eu recebi muitas críticas no ano passado, mas a gente dá a volta por cima. Deus é bom para caramba comigo. Eu costumo dizer para minha família. Eu sou um abençoado por Deus, eu faço parte da história da Sapucaí. Vou fazer quase quarenta anos como mestre de bateria. Então esse respeito, existe. As pessoas me respeitam. Ando dez metros e tiro foto. É uma coisa que eu acho sensacional”, define o mestre de bateria da Viradouro.
Flagrado jogando um carteado antes do desfile da Viradouro, a imagem viralizou e virou até meme com muita gente sugerindo de brincadeira que a foto fosse a capa do CD do ano que vem, como homenagem ao trabalho de Ciça, ídolo de ritmistas e da comunidade. O artista revelou que gostou da brincadeira, confirmou a simpatia pelo jogo de baralho, encarando como oportunidade para relaxar antes do momento mais importante que é o desfile.
“Ali foi na segunda-feira aqui para relaxar também, desenvolver uma carta aqui, chegamos cedo, fizemos um churrasquinho. Eu sou um mestre de bateria que poderia estar muito bem lá dentro da Avenida, confinado em algum lugar, mas eu trabalho assim o tempo todo na minha vida, estávamos todos aqui desde duas horas da tarde, mas estou participando aqui observando eu fui cuidando do ritmista, eu gosto desse ambiente aqui, hoje jogamos de novo. Jogamos sueca. Eu gosto de jogar também ‘cuca’”, revela Ciça feliz com a vida.