Há quase cinco décadas, o mundo testemunhou o nascimento de um dos quebra-cabeças mais emblemáticos e desafiadores de todos os tempos: o cubo mágico de Rubik.
O ano era 1975 quando um professor patenteou um objeto que transcenderia fronteiras geográficas, linguísticas e gerações. A invenção rapidamente se tornou uma sensação e continua a atrair atenção até os dias de hoje.
Este desafio chama a atenção especialmente porque apenas 1 em cada 100 pessoas consegue decifrar o enigma que ele apresenta.
De forma surpreendente, Rubik inicialmente subestimou a genialidade de sua criação.
Ele revelou em uma entrevista concedida em 1986 ao apresentador Terry Wogan que não tinha a intenção de fazer o cubo mágico e que o objeto não havia sido algo planejado.
No entanto, o cubo acabou se tornando uma sensação global que cativou mentes e corações ao estimular a criatividade de milhões de pessoas ao redor do mundo.
Cubo mágico como ferramenta educacional
A história do cubo mágico remonta aos primeiros anos da década de 1970, quando Ernõ Rubik, então um professor de Arquitetura no Colégio de Artes Aplicadas de Budapeste, na Hungria, buscava uma forma diferente de ensinar.
Focado em explicar conceitos complexos de geometria e relações espaciais de maneira prática e interativa, ele concebeu o protótipo inicial do que viria a ser o famoso quebra-cabeça.
Nesse sentido, o protótipo de Rubik consistia em um cubo de madeira com seis lados compostos por cubos menores. A princípio, Rubik enfrentou desafios ao tentar conectá-los com faixas de borracha.
Isso porque os cubos se soltavam constantemente. No entanto, ele estava determinado a encontrar uma solução; assim, logo desenvolveu um mecanismo interno que permitia a rotação dos cubos menores enquanto permaneciam fixos.
Além disso, ele ainda atribuiu uma cor sólida a cada lado do cubo para tornar o movimento visível. Após embaralhar as cores, Rubik se propôs a restaurar o cubo para seu estado original, onde cada face exibia apenas uma cor.
Próprio criador do cubo mágico demorou muito para resolvê-lo
Na primeira tentativa, levou quase um mês para resolver o cubo mágico, tornando-se assim a primeira pessoa a fazê-lo. Esse feito estabeleceu o padrão para o desafio que o cubo representaria para milhões ao redor do mundo.
Cubo mágico faz sucesso mesmo após anos – Imagem: Reprodução
Conforme mencionado, acredita-se que apenas 1% das pessoas sejam capazes de resolver o quebra-cabeça sem ajuda.
Contudo, em 1986, em uma entrevista à BBC, Rubik confessou que já não era tão rápido quanto antes para resolver o cubo mágico.
Criador do cubo mágico revela que perdeu a rapidez na resolução do cubo após os anos – Imagem: Reprodução
Naquela ocasião, ele admitiu que, quando praticava, conseguia resolver em cerca de um minuto, mas não estava mais em boa forma.
Sem dúvida, esse testemunho ressalta a complexidade e a profundidade do desafio que o cubo mágico representa, mesmo para seu próprio criador.
Cubo mágico sai da Hungria
Aqui, nesse ponto, é importante destacar que, naquele contexto histórico, havia restrições de fabricação por causa do regime comunista estabelecido no território.
Poucos anos depois, em 1979, o cubo mágico foi apresentado na Feira de Brinquedos de Nuremberg, na Alemanha, e a empresa americana Ideal Toy Corporation o adotou.
Consequentemente, isso deu início à sua disseminação internacional e, em 1980, o cubo de Rubik começou a ser vendido em todo o mundo, desencadeando uma onda de interesse que o transformou em um fenômeno cultural.
Desde então, o cubo mágico tem sido onipresente, aparecendo em camisetas, pôsteres, músicas e até em seu próprio desenho animado na TV americana.
Competições para solucionar o cubo mágico
As competições de cubo mágico são eventos onde entusiastas e especialistas se reúnem para competir em resolver o cubo mágico o mais rápido possível.
Esses eventos geralmente seguem padrões e regulamentos estabelecidos pela World Cube Association (WCA), que é a principal organização internacional responsável por supervisionar competições dessa modalidade em todo o mundo.
Sendo assim, essas competições envolvem diferentes modalidades, como, por exemplo, resolver o cubo com uma mão só, de olhos vendados, com os pés e até mesmo em equipe.
Os competidores são avaliados com base no tempo que levam para resolver o cubo e podem estabelecer recordes pessoais, nacionais ou mundiais durante esses eventos.
De modo geral, essas competições oferecem uma oportunidade para os fãs da invenção demonstrarem suas habilidades, compartilharem técnicas e se conectarem com uma comunidade global de entusiastas do cubo.