O Japão acabou de inaugurar, no dia 1º de dezembro, o JT-60SA, o maior reator de fusão nuclear do mundo, pelo menos por algum tempo. O tokamak supercondutor, um reator em formato de rosquinha, irá testar suas tecnologias para que elas possam ser aplicadas no Reator Termonuclear Experimental Internacional (ITER), em construção na França.
Para quem tem pressa:
- O JT-60SA tem como objetivo demonstrar que pode produzir uma quantidade líquida de energia;
- Ele esquenta o plasma a cerca de 200 milhões de gruas Celsius com correntes de 1 milhão de amperes passando por ele;
- O JT-60SA ira fornecer informações importantes que serão uteis para o ITER, um reator de fusão nuclear ainda maior.
A construção do JT-60SA, contou com apoio da União Europeia, que também está por trás da construção do ITER. O reator de fusão nuclear japonês irá demonstrar se é possível produzir uma quantidade líquida de energia.
Isso porque a fusão nuclear, como acontece nas estrelas, pode liberar uma enorme quantidade de energia, no entanto, para desencadear a reação também é necessária muita energia.
Em 2022, outra configuração do tokamak que faz fusão por confinamento inercial, demonstrou ser possível produzir mais energia do que gastar, mas os resultados ainda não foram suficientes para serem aplicados comercialmente.
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Um reator de fusão nuclear ainda maior
Agora, no novo reator de fusão nuclear, o plasma é mantido em um forte campo magnético até ser aquecido a 200 milhões de graus Celsius, com correntes que chegam a 1 milhão de amperes passando por ele. O ITER pretende ser ainda maior e produzir mais energia.
Os pesquisadores acreditam que com um dimensionamento maior, o Reator Termonuclear Experimental Internacional será capaz de queimar o plasma primeiro e depois realizar a fusão nuclear total até 2035. O JT-60SA tem um papel importante nisso, ao fornecer informações valiosas mostrando o caminho a ser seguido, o que já tem sido feito.
Em outubro, durante uma demonstração, o JT-60SA circulou seu primeiro plasma, com correntes de energia muito mais baixas passando por ele. No ITER, isso está previsto para acontecer em 2025.
O que acontece aqui hoje será importante amanhã para a contribuição da fusão num mix energético livre de carbono. O JT-60SA é fundamental para o roteiro internacional de fusão porque oferece uma possibilidade única de aprender, operar este dispositivo de fusão único e compartilhar esse conhecimento valioso com o ITER.
Marc Lachaise, diretor da Fusion for Energy, durante discurso de inauguração do JT-60SA
A Fusion for Energy é a empresa responsável por fazer as contribuições da União Europeia para o ITER. Além dos membros do grupo, a construção do reator de fusão nuclear na França também conta com apoio da Suíça, Reino Unido, Índia, Japão, Rússia, China e Estados Unidos.