O leilão do 5G, a nova geração de internet móvel, atraiu cinco novas empresas para atuar com serviço móvel no país.
Atualização: quando o leilão foi encerrado, no dia 5 de novembro, o resultado mostrava que seis novas empresas passariam a operar no país. Mas na segunda-feira (8), uma delas, a FlyLink, desistiu do lote que arrematou. Com isso, o número passou para 5.
Organizado pela Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), o leilão começou na quinta-feira (4), com a licitação das faixas de frequência de 700 MHz, 2,3 GHz e 3,5 GHz, e terminou nesta sexta, com os lotes da faixa de 26GHz.
As estreantes no mercado brasileiro são:
- Winity (Fundo Pátria)
- Cloud2U;
- Consórcio 5G Sul (Copel Telecom e Unifique);
- Brisanet;
- Neko (Surf Telecom);
As seis, contudo, não necessariamente vão virar novas operadoras de telefonia móvel destinada a oferecer o serviço ao consumidor final, conhecida como operadora de varejo.
Caso tenham interesse, as empresas podem “alugar” a frequência arrematada para que outras operadoras ofertem o serviço, atuando como intermediárias. Nesse caso, são chamadas operadoras de atacado.
É o caso da Winity, provedora de infraestrutura de telecomunicações do Fundo Pátria, que já informou ao mercado que atuará no atacado.
“Criamos a Winity com o propósito de prover infraestrutura de telecomunicações de alta qualidade para nossos clientes corporativos”, disse o presidente-executivo da Winity, Sergio Bekeierman, em nota.
Tecnologia 5G vai mudar trabalho, consumo e diversão
Em entrevista após o fim do leilão, o superintendente de competição da Anatel e presidente da comissão de licitação do 5G, Abraão Balbino e Silva, disse que o resultado do leilão, com as estreantes, vai mudar o cenário de prestação do serviço no país.
“Estamos falando de agentes que estavam no mercado, cada um no seu nicho, e estão ampliando seus horizontes, alguns para [cobertura] nacional”, destacou.
O movimento acontece após a Oi vender, no fim de 2020, a operação de telefonia móvel para uma aliança formada por Claro, pela TIM e Telefônica (Vivo). A venda ainda aguarda o aval do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) para ser concluída.
O conselheiro da Anatel Emmanoel Campelo, relator da versão final do edital, disse que as estreantes devem gerar mais competição no mercado, que estava até então com três grandes operadoras.
“Novos entrantes, para nós, foi surpresa muito positiva. Gera mais competição no mercado, o que é sinônimo de melhores preços e melhor qualidade”, resumiu.
Para Balbino e Silva, o fato de o leilão ter sido não arrecadatório ajudou a atrair novas empresas. “Leilão focado em investimentos] incentiva os pequenos a entrarem aos poucos, ganham musculatura, vão crescendo e aumentam footprint de infraestrutura”, explicou.
O leilão movimentou R$ 46,8 bilhões, sendo:
- R$ 39,5 bilhões em compromissos de investimentos já estabelecidos;
- R$ 7,4 bilhões em outorgas.
Parte do valor das outorgas será transformada em mais compromissos de investimentos, que podem ser feitos ao longo do tempo.
Ouça o episódio do podcast O Assunto sobre “5G: o leilão e o que muda depois dele”: