Um novo estudo da Universidade de São Paulo (USP) revelou que os fatores após a ocorrência de um acidente cardiovascular cerebral (AVC) podem ser determinantes para aumentar ou diminuir a mortalidade. O uso de medicamentos de controle foi um dos que diminuiu o risco pós-acidente, enquanto a ausência de fono e fisioterapia de reabilitação aumentaram as chances de morte.
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AVC
O AVC é uma das doenças que mais mata no país, sendo responsável por 98 mil óbitos no Brasil em 2023, segundo dados do Portal da Transparência do Centro de Registro Civil.
Há dois tipos da doença: o AVC isquêmico, em que há o entupimento dos vasos cerebrais, e o AVC hemorrágico, em que há o rompimento dos vasos. Ambos podem afetar a capacidade funcional física e cognitiva e deixar sequelas.
O estudo da USP descobriu que a incapacidade após o acidente é um dos fatores que aumenta a mortalidade, e a reabilitação é um dos que melhora as chances.
Como o estudo foi realizado
Batizado de Estudo de Mortalidade e Morbidade do AVC (EMMA), a pesquisa analisou 1.378 pacientes que sofreram AVCs entre 2006 e 2014 e procuraram o Hospital Universitário da USP como primeiro atendimento.
Então, eles passaram por acompanhamento anual até 2018. Esse acompanhamento acontecia via telefone para registrar se o paciente estava vivo. Já os acompanhamentos familiares atualizavam sobre o estado de saúde, como se houve algum outro episódio, se ele ficou com sequelas, se tomava medicamentos, realizava fono ou fisioterapia de reabilitação e mais.
Os resultados foram comparados com variáveis ao longo do tempo e outros fatores de risco, como idade, sexo, nível educacional, comorbidades prévias e uso de medicamentos. Assim, foi possível definir quais ações aumentavam e quais diminuíam o risco de mortalidade após o AVC.
Conclusões sobre os riscos pós AVC
- Entre os mais de 1.300 casos, 275 faleceram durante o estudo.
- Alguns dos fatores que ampliam a mortalidade são o baixo nível educacional, não fazer uso contínuo de medição de controle e comorbidades prévias. Já o uso de medicamentos diminuiu o risco em 50%.
- Outro fator de risco identificado na pesquisa foi a ausência de reabilitação de fono e fisioterapia. Como explicou Alessandra Carvalho Goulart ao Jornal da USP, isso porque há um risco broncoaspiração e de morrer de complicações infecciosas, como pneumonia.
- O não tratamento das sequelas após o AVC também aumenta a incapacidade do paciente, podendo diminuir a sobrevida.