Filme com Keanu Reeves, que faturou 500 milhões de dólares, acaba de estrear na Netflix

“John Wick 3: Parabellum”, dirigido por Chad Stahelski, continua a narrativa do implacável assassino John Wick, interpretado com uma intensidade quase palpável por Keanu Reeves. Embora o filme se dedique a expandir o universo peculiar que cativou o público nos filmes anteriores, ele tropeça em terreno já familiar, sacrificando profundidade em favor de um espetáculo visual.

A abertura do filme é uma sequência deslumbrante que estabelece o tom para o restante da narrativa. As cenas de luta são coreografadas com uma precisão quase balletística, testemunhando o olho meticuloso de Stahelski para detalhes e seu background em artes marciais. Contudo, essas sequências, embora visualmente impressionantes, por vezes se prolongam demasiadamente, correndo o risco de se tornarem tediosas ao invés de emocionantes.

O enredo, ao tentar aprofundar o mito em torno do mundo dos assassinos e sua misteriosa alta cúpula, frequentemente se perde em sua própria complexidade. A introdução de novos personagens, como Sofia, interpretada por Halle Berry, é um acréscimo bem-vindo, mas seu papel parece mais uma oportunidade perdida do que uma contribuição significativa para a história. A relação entre John e Sofia, promissora em intrigas, fica aquém das expectativas, não explorando completamente as camadas que poderiam existir.

A cinematografia do filme é, indubitavelmente, uma de suas maiores forças. A paleta de cores, as composições e o uso inteligente de iluminação contribuem para criar uma atmosfera que é simultaneamente estilizada e sombria. Este aspecto visual ajuda a manter o espectador imerso em um mundo onde beleza e brutalidade coexistem de maneira quase poética.

Apesar de seus pontos fortes, “John Wick 3: Parabellum” não consegue escapar de certas armadilhas. O diálogo, por vezes, é rígido e carece de substância, servindo mais como uma ponte entre as cenas de ação do que como um meio de desenvolver personagens ou história. Além disso, o filme sofre de uma certa previsibilidade, especialmente para aqueles familiarizados com os filmes anteriores da série.

Ao se aproximar do clímax, o filme intensifica sua aposta nas sequências de ação, deixando pouco espaço para qualquer desenvolvimento significativo da trama ou dos personagens. Esse foco quase exclusivo na ação pode ser atraente para os fãs do gênero, mas também deixa a impressão de que poderia ter havido mais.

“John Wick 3: Parabellum” é uma montanha-russa de ação que entrega o que promete neste aspecto, mas falha na construção de uma narrativa mais robusta. Seu apelo reside na habilidade de Reeves como protagonista e nas impressionantes sequências de ação, mas permanece a sensação de que, com um pouco mais de atenção aos elementos da trama e ao desenvolvimento de personagens, poderia ter sido algo mais memorável.


Filme: John Wick 3: Parabellum
Direção: Chad Stahelski
Ano: 2019
Gênero: Ação/Suspense
Nota: 9/10


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