'Estou muito satisfeito', diz Scholz após reunião com Lula

Lula ainda se reuniu com Martin Schulz, ex-líder do SPD alemão e ex-presidente do Parlamento Europeu. Schulz, que chegou a concorrer à chancelaria alemã em 2017 mas foi derrotado por Angela Merkel, visitou Lula na prisão em Curitiba em agosto de 2018.

Lula se referiu a Schulz depois do encontro como “um companheiro das horas mais difíceis, a quem sou grato por ter feito questão de ir até o Brasil me visitar quando estava preso em Curitiba”.

Schulz é atualmente presidente da Fundação Friedrich Ebert, ligada ao SPD e que também é próxima da Fundação Perseu Abramo, do PT.

“Lula é a esperança do Brasil para o fim da política de divisão e provocação de Jair Bolsonaro. Foi uma honra encontrá-lo em Berlim”, escreveu Schulz no Twitter sobre o encontro. “Boa sorte nos próximos meses!”

Encontro com deputadas e sindicalistas

No mesmo dia, Lula ainda se encontrou com as deputadas do SPD Yasmin Fahimi e Isabel Cademartori.

Cademartori, de 33 anos, uma neta de José Cademartori, último e breve ministro da Economia do ex-presidente chileno Salvador Allende, e que procurou refúgio na antiga Alemanha Oriental após o golpe militar de 1973. Ela é uma deputada estreante do SPD no Parlamento Alemão (Bundestag), tendo sido eleita em setembro.

“É uma grande honra conhecer o ex-presidente do Brasil Lula. Conversamos sobre sua visão de uma política social e sustentável para o Brasil que proteja os recursos naturais. Depois dos resultados desastrosos do Mini-Trump Bolsonaro, há muito a ser feito”, escreveu Cademartori no Twitter.

Já Fahimi acumula anos de experiência no meio sindical é deputada federal na Alemanha desde 2017. Ela também é membro do grupo parlamentar Brasil-Alemanha no Bundestag.

Sobre o encontro, a deputada Fahimi afirmou ser “uma felicidade e uma honra” ver Lula “com saúde e sua vontade de lutar pela democracia no Brasil”.

A deputada alemã liderou entre 2018 e 2019 uma campanha de solidariedade a Lula e criticou a prisão do petista repetidamente.

“Agradeço a solidariedade que tiveram comigo e com o povo brasileiro nos últimos anos”, disse Lula, após se encontrar com as duas deputadas.

À época da prisão de Lula, várias figuras do SPD alemão criticaram publicamente o que classificaram como perseguição ao petista. Esta nem havia sido a primeira manifestação de solidariedade a Lula por figuras do Partido Social-Democrata da Alemanha.

o social-democrata Helmut Schmidt, que foi chanceler da Alemanha entre 1974 e 1982, chegou a se reunir com Lula no Brasil em 1979, em plena ditadura militar, quando o brasileiro havia sido afastado do Sindicato dos Metalúrgicos de São Bernardo do Campo e Diadema após o regime intervir na organização. Trinta anos depois, Lula se reuniu em Hamburgo com Schmidt, que à época tinha mais de 90 anos, e agradeceu o ex-chanceler alemão pelo gesto de décadas antes.

O ex-presidente brasileiro ainda teve encontros em Berlim com figuras do sindicalismo alemão, incluindo Reiner Hoffmann, presidente da influente Confederação Alemã de Sindicatos (DGB); Michael Vassiliadis, presidente do Sindicato de Minas, Química e Energia (IG BCE); Frank Werneke, presidente do Sindicato Unido de Serviços (ver.di); e Christiane Bonner, copresidente do IG Metall, o maior sindicato de trabalhadores da indústria em toda a Europa e que mantém laços com a CUT e Sindicato dos Metalúrgicos do ABC.

Na próxima segunda-feira, em Bruxelas, Lula participará de uma reunião no plenário do Parlamento Europeu, a convite do bloco social-democrata da Casa.

Na terça-feira, ele seguirá para Paris, onde vai conceder uma palestra durante a conferência sobre o Brasil no Instituto de Estudos Políticos de Paris (Sciences Po). A conferência “Qual o lugar do Brasil no mundo de amanhã?” ocorre para marcar os dez anos do título de Doutor Honoris Causa que Lula recebeu da Sciences Po.


PUBLICIDADE
Imagem Clicável