Duelo de celulares dobráveis: Moto Razr 40 Ultra x Galaxy Z Flip4

Teste do g1 compara design, desempenho, bateria, 5G e câmera dos smartphones que se dobram ao meio. Duelo de celulares dobráveis: Moto Razr 40 Ultra x Galaxy Z Flip4
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📱 Moto Razr 40 Ultra e Samsung Galaxy Z Flip4 são celulares de uma nova categoria: os telefones com tela que se dobra ao meio. Eles oferecem recursos de aparelhos topo de linha quando abertos e, fechados, ocupam menos espaço.
O modelo da Samsung começou a ser vendido no segundo semestre de 2022 e o da Motorola chegou às lojas este mês.
O Guia de Compras testou os dois aparelhos para mostrar suas principais diferenças e as vantagens e desvantagens de utilizar um celular dessa categoria. Como os telefones premium, os dobráveis também são mais caros.
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Nas lojas on-line consultadas em junho, os preços começavam em R$ 4.000 para o modelo da Samsung – que é mais antigo – e R$ 8.000 para o da Motorola.
Veja a seguir as principais características técnicas de cada um deles (Razr, Galaxy) e, na sequência, os resultados do teste e a conclusão.
Moto Razr 40 Ultra
O Motorola Razr 40 Ultra é uma evolução do primeiro dobrável da marca, lançado no final de 2019 e que tentava aproveitar o saudosismo dos celulares Razr dos anos 2000.
Agora, é um aparelho com uma configuração técnica avançada e uma boa duração de bateria para a categoria.
Tem como grande diferencial a tela externa grande, que permite usar o telefone mesmo fechado para responder mensagens, atender ligações e até mesmo jogar games casuais.
O Razr 40 Ultra custava R$ 8.000 nas lojas da internet em junho, em sua versão com 256 GB de armazenamento interno.
O Moto Razr 40, versão com configurações mais simples e uma tela externa menor – que lembra mais o Galaxy Z Flip4 – será lançada em breve.
Samsung Galaxy Z Flip4
O Samsung Galaxy Z Flip4, apesar do nome, faz parte da terceira geração de dobráveis da fabricante.
Também tem especificações técnicas avançadas, mas a bateria deixa a desejar na comparação com o modelo da Motorola.
Sua tela externa também é menor, servindo apenas para mostrar notificações e criar atalhos para recursos rápidos, como ligar o wi-fi ou alternar entre músicas.
O Galaxy Z Flip4 era vendido na faixa dos R$ 4.000 em sua versão com 128 GB de armazenamento. O modelo com 256 GB custava em torno de R$ 4.800.
A Samsung deve anunciar uma nova geração do produto nos próximos meses.
Design e tela externa
Fechados, os dois celulares dobráveis até parecem iguais. São blocos quadrados, um pouco espessos e com diferenças que aparecem ao ativar a tela externa.
O da Motorola tem 15,1 mm de espessura com a tela fechada e 6,9 mm com o display aberto.
O modelo da Samsung tem espessura entre 15,9 e 17,1 mm com o aparelho fechado e 6,9 mm com a tela aberta.
O Motorola tem a mesma espessura em todo o telefone dobrado. Já o Samsung fica mais “aberto” na parte da dobra e mais “fechado” na extremidade do aparelho.
Moto Edge 40 Ultra (à esquerda) e Galaxy Z Flip4 (à direita): diferenças com o aparelho fechado
Henrique Martin/g1
O Moto Razr 40 Ultra tem quase toda sua parte frontal ocupada por uma tela externa, que começa um pouco acima da dobra e vai até acima das lentes das câmeras.
Essa tela de 3,6 polegadas é 100% funcional e roda todos os apps instalados no telefone – mas é preciso selecionar quais vão aparecer nessa área.
Ela também mostra contatos favoritos, agenda previsão do tempo, jogos e tem uma interface específica de controle para o Spotify, de streaming de música.
Moto Razr 40 Ultra e Galaxy Z Flip4 com a tela externa ativada
Henrique Martin/g1
Fechado, o Galaxy Z Flip4 tem a tela em menos da metade da frente do celular. Esse display é um retângulo bem menor e oferece menos funcionalidades em comparação ao Razr 40 Ultra.
A tela externa no Samsung serve para mostrar os widgets, que são blocos de informação rápida.
Entre elas estão notificações (e-mail, WhatsApp, entre outros), controlar a reprodução de músicas e podcasts, ajustar alarmes, ligar um gravador ou temporizador, mostrar a agenda e até ativar o cancelamento de ruído de fones de ouvido da marca.
Nos dois dobráveis, a tela externa também ajuda a tirar selfies com a câmera principal do aparelho.
No uso cotidiano, a tela maior do lado externo é mais prática, já que não é necessário abrir o telefone para ver uma mensagem ou digitar um e-mail.
Em comparação, o celular da Motorola tem um “telefone” completo com a tela dobrada. O da Samsung requer abrir o aparelho para poder usufruir dos principais recursos.
Nas cores, o Moto Razr 40 Ultra vem em preto e viva magenta. O Galaxy Z Flip4 tem acabamento em preto, azul, rosé e violeta.
A Motorola não esqueceu do passado no Razr 40 Ultra e escondeu no painel de controle o modo “Razr retrô”, que cria uma tela com o visual do antigo Razr V3 aberto, com o teclado numérico iluminado.
Razr retrô: saudosismo do antigo V3 no novo dobrável
Henrique Martin/g1
Desempenho
Ao observar a ficha técnica, os dois celulares dobráveis são bastante parecidos, já que usam processadores Qualcomm Snapdragon 8+ Gen 1.
Esse chip é o mesmo usado no Samsung Galaxy S22 Ultra e no Motorola Edge 30 Pro, modelos premium lançados em 2022 (veja o teste).
Os dois também contam com 8 GB de RAM. Quanto mais memória RAM, melhor será o desempenho do smartphone. Não confundir com o armazenamento interno do aparelho, que guarda o sistema operacional, aplicativos e dados do dono do telefone.
Nos testes de performance, que simulam o uso do celular no dia a dia, o resultado foi parecido entre o Motorola e o Samsung. Isso significa que ambos conseguem rodar muitos apps ao mesmo tempo, sem apresentar lentidão ou travar.
Nos testes gráficos, que medem o modo como o aparelho lida com games e vídeos, o resultado também foi muito similar, quase empatado.
Ainda para games, o Razr 40 Ultra tem uma taxa de atualização de 165 Hz na tela interna (e 144 Hz na externa), contra 120 Hz na interna do Galaxy Z Flip4.
A taxa de atualização mostra quantas vezes a tela “pisca” por segundo, gerando imagens mais fluidas e ajudando no desempenho de games mais pesados.
E, como o Motorola tem duas telas que podem ser usadas por completo, foi possível realizar os testes gráficos no display externo com o telefone fechado. Por conta do menor tamanho e resolução, o resultado foi metade do obtido com a tela cheia.
Vale destacar que Razr 40 Ultra vem com alguns jogos casuais pré-instalados para usar na tela externa, como um para mover a bolinha dentro de um labirinto, para ajudar a passar o tempo.
5G
Os testes de velocidade 5G mostraram diferenças entre os dois dobráveis. O Moto Razr Ultra 40 foi mais rápido no download (596 Mbps) que o Galaxy Z Flip 4 (406 Mbps).
As taxas de upload ficaram na faixa dos 90 Mbps para os dois aparelhos.
Os resultados do teste com 5G dependem de diversos fatores, como qualidade do sinal, distância da antena 5G, se o 5G é “puro” (o chamado standalone) ou compartilhado com a rede 4G (“non-standalone”) e até mesmo usar o celular em ambiente interno ou externo.
Bateria
A capacidade da bateria dos smartphones dobráveis é menor que a dos celulares normais.
Isso ocorre porque esses aparelhos costumam ter uma parte da bateria em cada metade do dispositivo.
O Galaxy Z Flip4 tem 3.700 mAH de capacidade e o Razr 40 Ultra, 3.800 mAH. Para comparação, um Galaxy S23 Ultra tem 5.000 mAH.
Nos testes, o Galaxy Z Flip4 atingiu 9h de duração estimada da bateria. Já o Moto Razr 40 Ultra bateu 10h30 na mesma avaliação.
Se o Moto Razr 40 Ultra fosse utilizado apenas com a tela externa, a duração chegaria a 16h. Foi esse o resultado do teste em uma condição improvável de uso para o telefone.
Câmeras
As câmeras dos celulares dobráveis são o ponto mais sensível desses aparelhos, na comparação com os modelos normais mais caros.
A engenharia dos produtos acaba privilegiando outros recursos – como a tela que se dobra – no lugar de outros, e falta espaço interno para um sensor de maior resolução ou funções adicionais, como zoom óptico.
Tanto Galaxy Z Flip4 quanto o Razr 40 Ultra tiram fotos muito boas com sua câmera principal, que tem resolução de 12 megapixels.
Os aparelhos vêm ainda com uma câmera grande angular. No Z Flip4, ela também tem 12 mp de resolução. No Razr 40 Ultra, 13 megapixels e também funciona como lente macro, para capturar detalhes.

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Dá para notar a diferença nos resultados, que costuma ser similar em outros celulares das duas marcas. As fotos feitas com o Razr 40 Ultra ficam mais claras, com um perfil de cores mais esbranquiçado ou frio.

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Já as fotos produzidas no Galaxy Z Flip4 ficam com um tom mais alaranjado e quente.

As fotos noturnas também são muito boas – e dá para ver bem a diferença nos tons na imagem abaixo:

Nas cenas noturnas de paisagem, a diferença no tom diminui um pouco:

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Ter um celular dobrável significa tirar selfies de dois modos: usando a tela externa como visor para a câmera principal ou usando a câmera interna, como em qualquer telefone convencional.
Aí as selfies podem ter 12 megapixels de resolução – que é a da câmera principal. Ou 32 megapixels, no Moto Razr 40 Ultra, e 10 mp, no Galaxy Z Flip4, com a câmera em cima da tela.
Veja abaixo exemplos de selfies feitas com a câmera principal.

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Na prática, o uso com a câmera principal e externa é mais divertido. Chama mais a atenção dos amigos e familiares ativar esse modo com a telinha de fora ligada.
No Motorola, basta chacoalhar o aparelho para os lados e ligar a câmera. A captura de imagens ocorre com toque na tela ou no botão de volume.
No Samsung, funciona ao dar dois cliques no botão de liga/desliga. Os cliques são feitos com toques no botão de volume apenas.
Mas em ambos dá para tirar fotos em modo retrato e fazer selfies em vídeo. O Razr 40 Ultra ainda permite usar o recurso de filmar em câmera lenta e mesmo utilizar a câmera como um simples espelho.
O resultado é quase imperceptível vendo os resultados das câmeras interna e externa para selfies.
Conclusão
Galaxy Z Flip4 e Moto Razr 40 Ultra
Henrique Martin/g1
Motorola e Samsung são bastante parecidos por dentro, com a grande diferença da tela enorme externa do Razr 40 Ultra. Ela é mais útil que a do Galaxy Z Flip4 e funciona sem precisar abrir o aparelho.
VALE A PENA TER UM DOBRÁVEL? A escolha por um celular que se dobra ao meio precisa levar em consideração que são dispositivos mais voltados para quem quer um acessório da moda e que cabe com facilidade na bolsa ou bolso da calça.
São smartphones que sacrificam alguns recursos – maior capacidade da bateria, câmeras mais poderosas – em nome de uma tela plástica que se curva ao meio.
Também é preciso lembrar que é um aparelho mais frágil que um celular topo de linha convencional.
Mas nada se compara ao prazer de poder desligar uma ligação telefônica fechando o aparelho, como nos anos 2000. Mas quem faz ligações hoje em dia?
E O VINCO? Os dois telefones têm um vinco no meio bastante visível no local da dobra.
A tela vem com uma película externa protetora que, conforme o abre e fecha, pode descolar durante o tempo.
Primeiro surge uma bolha, depois a película descola em todo o meio do aparelho. Isso aconteceu com o Galaxy Z Flip4 do teste, que é um telefone pessoal e precisou ir para a assistência técnica após cinco meses de uso.
Bolha na película do Galaxy Z Flip4
Henrique Martin/g1
A Samsung oferece uma garantia para troca gratuita dessa película que vale apenas por três meses após a compra. Após isso, o custo de reposição fica na faixa dos R$ 180 para a substituição.
A Motorola diz que o Razr 40 Ultra tem direito a uma troca de película gratuita por um ano, durante a validade da garantia. O modelo da Motorola foi emprestado pela fabricante e será devolvido.
RELAÇÃO CUSTO/BENEFÍCIO Apesar da configuração similar, o Galaxy Z Flip4 acaba tendo uma melhor relação custo/benefício, já que custa metade (R$ 4.000) do valor do Razr 40 Ultra (R$ 8.000).
Isso ocorre porque o Z Flip4 foi lançado em agosto de 2022 nas lojas brasileiras e o preço caiu conforme o tempo.
Além disso, uma nova versão do produto – com uma tela grande externa similar à do Razr 40 Ultra – deve ser anunciada nos próximos meses, com preço mais alto.
Como foram feitos os testes
Para os testes de desempenho, foram utilizados três aplicativos: PC Mark e 3D Mark, da UL Laboratories, e o GeekBench 6, da Primate Labs. Eles simulam tarefas cotidianas dos smartphones, como processamento de imagens, edição de textos, duração de bateria e navegação na web, entre outros.
Esses testes rodam em várias plataformas – como Android, iOS, Windows e MacOS – e permitem comparar o desempenho entre elas, criando um padrão para essa comparação.
Para os testes de bateria, as telas dos smartphones foram calibradas para 70% de brilho, para poder rodar o PC Mark. Isso nem sempre é possível, já que nem todos os aparelhos permitem esse ajuste fino.
A bateria foi carregada a 100% e o teste rodou por horas até chegar ao final da carga. Ao atingir 20% ou menos de carga, o teste é interrompido e mostra o quanto aquele smartphone pode ter de duração de bateria, em horas/minutos.
O resultado é uma estimativa de quanto aquela bateria pode durar longe da tomada. Na prática o número da vida real pode ser distinto, já que não usamos o telefone da forma intensiva o tempo todo.
Para os testes de câmera, foram feitas fotos dentro de casa e na rua (quando possível), com várias mudanças de iluminação em cenários similares para poder comparar as imagens.
Os testes de 5G foram feitos usando uma linha da operadora Vivo, no bairro do Cambuci, em São Paulo. O aplicativo SpeedTest, da Ookla, serviu para medir velocidades de download e upload.
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