A obesidade está associada a um declínio cognitivo mais rápido e a previsão é que até 2030 quase 50% dos adultos norte-americanos sejam afetados pela doença. Agora, um novo estudo realizado pela Universidade de Michigan descobriu que uma pessoa com obesidade submetida a uma cirurgia bariátrica teve nível cognitivo estável depois de dois anos, indicando resultados positivos em frear o declínio.
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Como o estudo foi feito
Além do declínio cognitivo, a obesidade está atrelada a outras comorbidades secundárias, como colesterol e diabetes. Esta última também está associada à piora na cognição.
Para o estudo, 87 participantes com idade média de 46,8 anos foram avaliados. Confira mais informações sobre eles:
- 73,6% dos voluntários eram mulheres e 77% eram brancos.
- Todos eles tinham obesidade classe II (com índice de massa corporal de 35 a menos de 40) ou classe III (IMC de 40 ou mais).
- 27,6% também tinham diabetes e 28,8% tomavam medicação para reduzir o nível de glicemia. Alguns tinham complicações da diabetes, como neuropatia (doença que afeta o funcionamento dos nervos e pode afetar os movimentos) e retinopatia (lesão que atinge a retina do olho).
- Todos tinham sido submetidos a algum tipo de cirurgia bariátrica. 77 passaram por uma cirurgia de manga gástrica e os outros 10, por um bypass gástrico.
Antes do estudo começar, análises preliminares mediram peso, altura, índice de massa corporal (IMC), pressão arterial, nível de lipídios em jejum e HbA1c (medida de glicose no sangue).
Também foram medidos QI, habilidades acadêmicas relacionadas à leitura e matemática, emoções e ansiedade. Já na parte cognitiva, o estudo usou uma padronização conhecida como Toolbox Cognition Battery (NIHTB-CB) do National Institutes of Health (NIH), que mede atenção, função executiva, memória episódica, memória de trabalho e velocidade de processamento.
Conclusões sobre obesidade e cirurgia bariátrica
Dois anos depois do início do estudo, um participante apresentou uma mudança na pontuação cognitiva. No começo, ele tinha pontuação de 106. Dois anos após a cirurgia bariátrica, tinha 106,7.
O site New Atlas explica que a mudança no número indica uma melhora na função cognitiva nesse paciente. No entanto, outros quatro testes se mantiveram estáveis.
Em oposição a isso, a memória tardia de outros participantes diminuiu depois da cirurgia. Além disso, no geral, o procedimento teve resultados positivos na pressão arterial e no colesterol, mas não na cognição.
O que isso significa para o tratamento de obesidade
Os resultados da pesquisa atual entram em conflitos com outros da mesma área, como um realizado pela Avaliação Longitudinal da Cirurgia Bariátrica (LABS) que descobriu que a cirurgia bariátrica melhora a memória.
Os pesquisadores mencionam que o estudo do LABS avaliou apenas pessoas que passaram pelo bypass gástrico, enquanto o da Universidade de Michigan misturou procedimentos. A diferença nas cirurgias pode ter a ver com os resultados distintos.
Mesmo assim, a desaceleração no declínio cognitivo do paciente avaliado é considerado um sucesso e pode indicar que o procedimento bariátrico podem ter relação com isso. Futuros ensaios são necessários para aprofundar essa relação.