Santiago, 19 Nov 2021 (AFP) – O candidato de extrema direita para as eleições presidenciais no Chile deste domingo, José Antonio Kast, prometeu recuperar a “liberdade” para o país por meio da “ordem e segurança” ao final de sua campanha em Santiago.
Rodeado por centenas de apoiadores com numerosas bandeiras chilenas, acompanhados por alguns venezuelanos e cubanos, países pelos quais se pedia liberdade, e ao ritmo da cumbia e rap, o candidato do Partido Republicano assegurou que votar nele é votar para erradicar “o medo” do crime e da violência.
“Estamos dispostos a dar a vida se for preciso, dar a vida pelo nosso querido Chile. Deus e a pátria é o que nos inspira”, disse o ultraconservador, favorito nas pesquisas ao lado do esquerdista e jovem deputado Gabriel Boric, da aliança “Aprovo Dignidade”, formada pela Frente Ampla e o Partido Comunista.
Aos 55 anos, Kast apareceu no palco com sua esposa e oito de seus nove filhos para os aplausos de seus seguidores, que gritavam “sinta, sinta, Kast é presidente” e “quem não pula comunista”.
O comício foi realizado em uma praça no abastado bairro capitalino de Las Condes, onde Kast destacou que seus seguidores, a quem chama de “os ousados”, são os “rebeldes, mas com uma causa”.
“Dois modelos de sociedade se enfrentam. O que representamos, de liberdade e justiça, e o do Partido Comunista e de Gabriel Boric, um país que não queremos e que certamente levaria ao caos, à fome e à violência”, argumentou Kast.
Apoiadores do candidato, defensor da família tradicional e da ditadura de Augusto Pinochet (1973-1990), e contrário ao aborto e à identidade de gênero, garantiram à AFP que o candidato dará ao Chile “segurança”, “confiança”, “tranquilidade”, pois ele é um “defensor da vida” e “antimarxista”.
“Atrevo-me a votar nele, embora ele tenha tudo contra ele. Acusam-no de ser neonazista, uma mentira. Todo mundo está contra ele, mas eu acho que ele é o melhor. Ele é um homem bom, um bom cidadão chileno, um bom pai e vai ser um excelente presidente”, afirmou Gabriel Salazar, um taxista de 65 anos.
No domingo, quase 15 milhões de chilenos estão convocados a votar entre sete candidatos, além de renovar toda a Câmara dos Deputados e metade do Senado, em eleições consideradas as mais imprevisíveis em 31 anos de democracia no país.
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