Anunciada no final de outubro, a rodada de demissões que afetou equipes da Bungie foi somente o golpe mais recente na moral interna da companhia. Relatos divulgados pela IGN norte-americana mostram que a desenvolvedora de Destiny 2 vem sofrendo há meses com a possibilidade de perder sua autonomia interna para a Sony.
Segundo o site, os termos da aquisição do estúdio determinam que ele poderá continuar tomando suas próprias decisões, contanto que consiga certos objetivos de receitas. Caso ela fique muito longe deles, a criadora do PlayStation pode dissolver seu quadro de diretores e tomar controle total sobre a companhia.
Dado os problemas financeiros de Destiny 2 nos últimos meses e o adiamento recente da expansão A Formal Final, muitos funcionários temem que esse é um cenário que vai acontecer em breve. Os cortes recentes de 100 empregados teriam sido motivados por isso (e decididos somente pela liderança da empresa), permitindo que o estúdio reduzisse custos e se aproximasse mais de seus objetivos financeiros.
Bungie vem reduzindo orçamentos internos
Desenvolvedores contatados pela IGN afirmam que a diretoria da Bungie tem tomado várias medidas para evitar perder sua autonomia. Nos últimos meses, ela congelou contratações, reduziu orçamentos de viagens, eliminou bônus de fim de ano, reduziu eventos voltados a aumentar a moral interna e transformou o Bungie Day em uma iniciativa digital.
Outras medidas envolvem parar de dar cartões de presentes em aniversários, deixar de reajustar valores de salários para eles ficarem acima do mercado e cortar bônus anuais para o mínimo contratual de 80%. Tudo isso tem diminuído a moral entre os criadores de Destiny 2 e do futuro Marathon, que também foram afetados pela indiferença da diretoria em relação às demissões recentes — que se tornaram assunto proibido em reuniões entre times.
Algumas fontes consultadas afirmam que a perspectiva de novos cortes é algo frequente, e que a chefe de pessoal Holly Barbacovi teria dito publicamente não ter medo de “puxar essa alavanca novamente” caso fosse necessário. Ao mesmo tempo, pessoas em posições de liderança teriam dito que a Bungie “não é o tipo de companhia” que reduz remunerações de executivos para lidar com tempos de crise.
Funcionários também relataram que as demissões afetaram “líderes de comunidade” da Bungie, que tinham grande influência sobre suas equipes e jogos. Também há um medo constante de que o estúdio esteja se direcionando para a terceirização de funções, algo que já está afetando o departamento de testes — que perdeu 10% de seus membros internos entre outubro e novembro deste ano.
“As pessoas que ainda estão lá estão sentindo basicamente que há um clima ‘nós contra eles’ entre a liderança e os trabalhadores”, afirmou uma das fontes da IGN. “Essa confiança foi erodida”. Caso A Forma Final não tenha o desempenho que o estúdio espera, tudo indica que ele não somente vai perder sua autonomia, como suas condições internas só tendem a piorar.
Fonte: IGN
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