Há ainda uma taxa para transmitir a energia solar excedente gerada na sua casa para outros lugares. A partir de janeiro do ano passado, começou a chamada cobrança do fio b, uma taxa para uso do sistema de distribuição de energia, de 15% sobre o que é gerado, e que vai ser escalonado nos próximos anos.
Governo deveria ter políticas públicas para o ramo, mas há dificuldades de financiamento. “Em um cenário de grande endividamento das famílias brasileiras, a concessão de crédito fica bastante restritiva”, diz Bárbara Rubim, vice-presidente da Absolar (Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica), que ressalta as vantagens do modelo: além de gerar energia limpa, poderia reduzir os custos com energia elétrica, estimular a geração de emprego e movimentar a economia local.
3 – Fora da cadeia de valor
Boa parte do processo é feita fora do país, ainda que o Brasil seja ótimo para energia solar e tenha até fábricas locais.
O país exporta o silício [matéria-prima para construção de placas fotovoltaicas] para a China. Lá, ele é enriquecido e passa por todo um processo industrial, até se tornar uma célula fotovoltaica. A gente precisaria de uma política industrial para conseguir fazer este processo aqui.
Bárbara Rubim, vice-presidente da Absolar
Dominar ou, pelo menos, fazer parte da cadeia produtiva é importante para o Brasil por vários motivos, diz Rodrigo, da BYD Energy. Segundo ele, a demanda por energia só tende a crescer (ainda mais com a popularização de carros elétricos) e ter independência tecnológica movimentaria a economia, melhorando tanto o mercado interno como exportações.