BID e OEI apostam em digitalizar a educação na América Latina

Madri, 24 nov (EFE).- A Organização dos Estados Ibero-Americanos (OEI) e o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) iniciaram nesta terça-feira o projeto “Educação para o século XXI: prosperar, competir e inovar”, uma ambiciosa iniciativa para digitalizar a educação na América Latina e “apoiar o trânsito para modelos educativos híbridos, mais inovadores e inclusivos”.

O projeto “é o compromisso de ambas as organizações de reforçar os sistemas educativos ibero-americanos para responder às exigências do mundo de hoje, em uma região onde pelo menos 77 milhões de pessoas não têm acesso à internet de qualidade nas zonas rurais”, afirmaram as duas organizações em comunicado conjunto.

O plano, que dará especial ênfase na digitalização das zonas rurais e urbanas com dificuldades de acesso à internet, será implementado na sua fase inicial em sete países ibero-americanos – Brasil, Argentina, México, Colômbia, Guatemala, El Salvador e Honduras – onde se concentrará no reforço dos sistemas de formação digital, a fim de “assegurar a continuidade educacional”, que foi afetada pela pandemia de covid-19.

Este projeto teve início no México, onde um workshop de dois dias para autoridades nacionais e instituições de educação se concentrou nos “desafios da educação híbrida nas zonas rurais”, em um país onde metade da população rural não tem conectividade de rede e apenas metade da população com mais de seis anos de idade tem acesso a um computador, de acordo com uma pesquisa governamental mexicana publicada em 2020.

Após o primeiro workshop no México, a iniciativa conjunta do BID e da OEI planeja realizar outro teste piloto em um dos países selecionados na fase inicial, e depois “replicar as experiências no resto da região”, onde as instituições pretendem se concentrar na “alfabetização digital de populações vulneráveis em zonas rurais de difícil acesso e zonas urbanas marginalizadas”.

Os sistemas educativos na América Latina e no Caribe “passaram por poucas transformações estruturais e ainda preparam os estudantes para os trabalhos do século passado”, afirmou o secretário-geral da OEI, Mariano Jabonero, que considera “essencial” apostar em modelos de desenvolvimento que “visem a formação de novas habilidades no mundo digital”.

Para o presidente do BID, Mauricio Claver-Carone, não devemos “subestimar este momento histórico da quarta revolução industrial e o que ela significa para a educação”, uma vez que “para que o futuro seja sustentável tem de estar de mãos dadas com a educação, o que nos permitirá alcançar o próximo passo: o das infra-estruturas digitais”.

“Educação para o século XXI: prosperar, competir e inovar” faz parte do “Programa Regional para a Transformação Digital na Educação” lançado pela OEI, com financiamento de organizações internacionais como BID, Agência Espanhola de Cooperação Internacional (AECID), Banco de Desenvolvimento da América Latina (CAF) e Profuturo. (EFE)


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