Sydney, 24 Nov 2021 (AFP) – A chilena Adriana Elcira Rivas González, de 60 anos, ex-secretária do chefe da DINA, a polícia secreta do ditador chileno Augusto Pinochet, deve ser extraditada para o Chile – decidiu um tribunal federal australiano nesta quarta-feira (24).
Contra Adriana Elcira Rivas González – então secretária de Manuel Contreras, o temido chefe da DINA condenado à prisão perpétua -, pesam sete acusações de sequestros cometidos na década de 1970. Entre eles, está o desaparecimento, em 1976, do líder comunista Victor Manuel Diaz López.
A mulher recorreu de sua extradição desde que foi detida pelas autoridades australianas em fevereiro de 2019 por seu suposto envolvimento em sequestros durante a ditadura de Pinochet. Seu regime militar é responsável por milhares de mortes, casos de torturas e desaparecimentos.
Em junho passado, Rivas perdeu seu primeiro recurso contra uma decisão de 2020 de uma jurisdição que a declarou apta para ser extraditada para o Chile. Agora, uma jurisdição federal confirmou essa decisão.
“Em seu recurso, a sra. Rivas (…) afirma não ser culpada das acusações a ela atribuídas (…) A culpabilidade, ou a inocência, não fazem parte do processo internacional de extradição”, afirmaram os juízes da corte federal, lembrando que cabe à Justiça chilena decidir.
“O recurso foi rejeitado”, concluíram.
O Chile solicitou a extradição da acusada, formalmente, em 2018. Adriana Rivas mora na Austrália há 30 anos e trabalhava em Sydney como babá e faxineira.
Em 2007, durante uma visita ao Chile, Rivas foi detida e solta sob fiança. Aproveitou-se desta situação para fugir para a Austrália.
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