A Meta foi uma das primeiras empresas de tecnologia de peso a apostar no modelo de código aberto. O LLama 2 é hoje um dos principais modelos e a base para um monte de serviços e aplicações ao redor do mundo. Para fortalecer o ecossistema de código aberto, a empresa de Zuckerberg, junto com a IBM e outros 50 parceiros, lançaram na semana passada a “The AI Alliance”, uma aliança para promover o desenvolvimento seguro e ético de uma IA aberta.
E mesmo fora dos Estados Unidos, o movimento de código aberto vem sendo importante para incentivar o desenvolvimento e uso da IA em países que ainda estão atrás nessa corrida. É o caso da França.
Na semana passada, a startup francesa Mistral publicou o seu modelo de IA que é um marco para a Europa. Ainda que tenha sido fundada há apenas 7 meses por ex-pesquisadores de Google e Meta, ela já está avaliada em US$ 2 bilhões (com muitos investimentos de BNP Paribas, Salesforce, Eric Schmidt, entre outros).
O modelo Mixtral 8x7B tem desempenho similar (e muitas vezes melhor) do que o Llama 2, da Meta, e o GPT 3.5, da OpenAI. Só que o custo computacional e a velocidade dele são muito menores. Além disso, diferentemente da Meta, que liberou o Llama 2 com uma licença mais restrita, a Mistral optou por um licenciamento mais permissivo (Apache 2.0) que dá maior liberdade econômica para os usuários.
É a primeira vez na história mais recente da IA que vemos uma startup fora dos EUA e China chamar a atenção da comunidade global com um modelo promissor. A tendência para 2024 é que o movimento de código aberto se fortaleça e seja uma resposta aos modelos fechados das Big techs, especialmente em países em desenvolvimento.
O MCTIC (Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovação) anunciou nesta segunda-feira (11) que irá atualizar a EBIA (Estratégia Brasileira de Inteligência Artificial). É importante que a promoção do uso e desenvolvimento de modelos abertos seja prioritária. É um jeito mais fácil de entrar em uma área extremamente custosa e complexa. China e Europa entenderam isso.