As mudanças climáticas podem levar ao fim de populações inteiras de ursos polares. É o que indica um estudo recém-publicado na revista Nature Communications.
Cientistas acompanharam a rotina dessa espécie nos últimos anos e concluíram que, com o derretimento de camadas de gelo, esses animais podem passar fome.
Leia mais
O urso polar normalmente se alimenta de focas-aneladas. Elas são capturadas normalmente em blocos de gelo no mar. Mas à medida que essas estruturas desaparecem, muitos ursos acabam passando mais tempo em terra, comendo ovos de aves, frutos silvestres e grama.
São alimentos muito mais leves que uma foca. Sem contar que os ursos acabam gastando energia demais na busca por comida, levando a uma perda diária de mais de 1 quilo no verão.
Mais sobre a espécie
- É verdade que os ursos polares já estão em extinção desde a década de 1980.
- Mas isso aconteceu por causa da caça predatória.
- Com o endurecimento das leis, a população deles até aumentou, mas continua pequena.
- O grande fator de risco agora é o aquecimento global.
- Restam apenas 26 mil ursos polares no mundo, a maioria no Canadá.
- Você também pode encontrar populações nos EUA, na Rússia, Groenlândia e Noruega.
- Os machos adultos podem atingir cerca de 3 metros de comprimento e pesar até 600 kg.
- Os ursos polares podem comer até 45 kg de gordura de uma só vez.
- Esses ursos têm um olfato poderoso e podem farejar presas a até 16 km de distância.
Como foi feito o estudo?
A pesquisa foi realizada na parte oeste da província canadense de Manitoba. Para compreender como os animais sobrevivem à medida que o gelo desaparece, os cientistas acompanharam as atividades de 20 ursos polares durante os meses de verão durante um período de três anos.
Além de coletar amostras de sangue e pesar os ursos, os animais foram equipados com coleiras equipadas com GPS e câmeras de vídeo. Isso permitiu registrar todos os movimentos dos animais, inclusive o que comiam.
Nos meses de verão sem gelo, os ursos adotaram diferentes estratégias para sobreviver. A maioria tentou procurar vegetação ou frutos silvestres ou nadou para ver se conseguia encontrar comida.
Todas as abordagens falharam: 19 dos 20 ursos no estudo perderam massa corporal, numa média de 1 quilo por dia.
As mudanças climáticas levaram a um aumento das semanas quentes e sem gelo. Antes, eram de 7 a 10 dias. Agora foram para 21 dias. E a tendência é piorar.
O recorte mostra que o avanço do aquecimento global tende a ser cruel com a espécie, podendo levar até à extinção dos ursos polares.
Sobre o único indivíduo que não perdeu peso, os cientistas explicaram que ele deu sorte: encontrou a carcaça de um grande animal, comeu e depois hibernou por um período.
Não podemos depender apenas de sorte.
As informações são da BBC.