Aprovação presidencial apresenta queda em países da América Latina

Buenos Aires, 19 nov (EFE).- O nível de aprovação presidencial caiu em todos os países latino-americanos que estão em processo eleitoral, de acordo com uma pesquisa da ONG Latinobarómetro divulgada nesta sexta-feira.

Segundo a pesquisa, entre setembro e outubro o nível de apoio presidencial deteriorou-se em todos os países que realizaram ou estão prestes a realizar eleições: Nicarágua, Argentina, Honduras e Chile.

O chefe de Estado que registrou a maior queda na aprovação foi Juan Orlando Hernández, líder de um país, Honduras, que realizará eleições gerais no próximo dia 28.

Embora o índice de apoio de Hernández fosse de 54% entre julho e agosto, o presidente conta agora com a confiança de apenas 32% da população hondurenha.

Em seguida está o presidente da Nicarágua, Daniel Ortega, que foi reeleito pelo quarto mandato consecutivo após a “prisão arbitrária de seus principais concorrentes políticos”.

Segundo o Latinobarómetro, Ortega teve 39% de apoio entre o sétimo e o oitavo meses do ano, percentual que caiu para 34% entre setembro e outubro.

Em seguida, vem o presidente argentino, Alberto Fernández, cujo partido político, Frente de Todos, foi o segundo mais votado nacionalmente nas eleições legislativas do país, realizadas no último dia 14.

Os índices de aprovação de Fernández caíram 4%, de 38% entre julho e agosto para 34% entre setembro e outubro.

Por fim, o presidente chileno, Sebastián Piñera, perdeu ainda mais apoio nos últimos dois meses: apenas 18% dos chilenos têm uma visão positiva de Piñera, 3% a menos do que em julho e agosto.

No próximo domingo, o Chile realizará as eleições mais cruciais e incertas de sua história, disputa da qual Piñera não participará.

IMPACTO DO PANDORA PAPERS

A pesquisa do Latinobarómetro também mediu o impacto do escândalo Pandora Papers: três presidentes, incluindo Piñera, e 11 outros ex-presidentes latino-americanos aparecem nesses documentos.

Sem dúvida, o mais afetado por essas revelações foi o presidente equatoriano, Guillermo Lasso, vinculado a 14 empresas offshore, das quais 11 teriam sido dissolvidas para viabilizar sua candidatura à presidência.

Segundo o Latinobarómetro, Lasso perdeu 22% do apoio em apenas dois meses, passando de 72% entre julho e agosto para 50% entre o nono e o décimo mês do ano.

Outro governante atingido pelo escândalo foi Luis Abinader, presidente da República Dominicana, cuja aprovação passou de 70% a 65% nos últimos dois meses.

Em nota, os autores da pesquisa apontaram que a América Latina vive uma “crise geral de confiança”, que atinge tanto as instituições governamentais quanto os atores políticos.

De fato, com exceção do Uruguai, a confiança na figura presidencial e nas demais instituições do Estado mostra “uma tendência decrescente” a partir de 2017 e 2018, segundo dados do Latinobarómetro. EFE


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