O presidente da Enel no Brasil, Nicola Cotugno, deixou o cargo na quinta-feira (23) após atuar por 32 anos na empresa, cinco como o chefão da companhia. De acordo com comunicado do grupo, divulgado pelo G1, o CEO, que decidiu se aposentar, será substituído por Antonio Scala, há 18 anos na ‘casa’.
O que você precisa saber:
- A saída de Cotugno vem dias após a Enel ser multada em R$ 12,7 milhões por um apagão de mais de 48h em São Paulo;
- A queda de energia aconteceu em 3 de novembro depois de um forte temporal — alguns lugares tiveram retorno da luz só após uma semana, conforme o G1;
- Pressionada pelo governo, a Enel ampliou equipes para atendimentos emergenciais e no call center;
- Segundo a empresa, o agora ex-presidente deveria ter saído do cargo em outubro, mas esperou a indicação de um sucessor;
- Ele também teria prorrogado sua permanência após o apagão, visando aguardar a situação melhorar;
- Uma ata de reunião confirmou que ele pediu a aposentadoria ainda em outubro.
Leia mais!
A saída de Cotugno foi definida em reuniões de Conselho das distribuidoras e da Enel Brasil em outubro. Para apoiar o processo de substituição e as recentes contingências, o executivo prorrogou a sua saída para 22 de novembro. Até que sejam concluídos os trâmites administrativos necessários para nomeação de Antonio Scala, o presidente do Conselho de Administração, Guilherme Gomes Lencastre, assumirá a posição de forma interina.
Nota da Enel.
Apagão em São Paulo
No dia 3 de novembro, um forte temporal ocasionou uma queda de energia em diversos bairros de São Paulo, que ficaram sem eletricidade por mais de 48 horas. Após reclamações, com o tema viralizando na internet, e verificação da situação, o Procon de São Paulo anunciou a aplicação de uma multa de R$ 12,7 milhões à concessionária de energia. O anúncio foi feito no último sábado (18).
Além da penalidade, a Enel se tornou alvo de duas CPIs, uma na Assembleia Legislativa, e uma na Câmara Municipal. Cotugno chegou a depor na CPI da Alesp.
O Procon já sinalizou a possibilidade de novas sanções ao grupo. O órgão segue mantendo a vigilância sobre as reclamações dos consumidores.