alerta feito há 15 anos é confirmado por novo estudo

A Amazônia é a maior floresta tropical do mundo, cobrindo uma área de aproximadamente 7 milhões de quilômetros quadrados, com o bioma espalhado por nove países da América do Sul.

É uma região de imensa biodiversidade, abrigando milhões de espécies de plantas, animais e insetos. Além disso, desempenha um papel crucial no equilíbrio climático global, atuando como um importante sumidouro de carbono.

No entanto, o bioma amazônico enfrenta impactos constantes, como o desmatamento, a exploração ilegal de recursos naturais e as mudanças climáticas, que colocam em risco sua integridade ecológica e o bem-estar das comunidades indígenas e locais que dependem dela.

Advertências sérias ocorrem há 15 anos

Novo estudo releva graves consequências das ações humanas no bioma amazônico – Imagem: Reprodução

A obra ‘O Livro de Ouro da Amazônia’ (2009), de João Meirelles, já advertia sobre os efeitos de ações humanas e trazia uma importante reflexão:

“Todas as pesquisas recentes apontam que, pela primeira vez na história, há preocupação efetiva com a região: no Brasil, quase 9 a cada 10 pessoas acreditam ser necessário aumentar a proteção da Amazônia.É preciso responder ao desafio com rapidez e objetividade: identificar prioridades. Não perpetuar o erro é a primeira vitória, mas não basta! É necessário desmobilizar a bomba relógio que causa o desmatamento e a queimada, o contrabando, o tráfico de drogas e de animais, o roubo do mito, do sonho, do solo, do peixe, do ouro e da madeira.O desmatamento e a queimada são apenas consequência, o boi só toma o lugar da floresta porque alguém está disposto a devorar e pagar por ele. Há uma frase que diz ‘Você pode não estar interessado na guerra, mas a guerra está interessada em você’. Isso talvez seja adequado à Amazônia. ‘Você pode não estar interessado na Amazônia, mas a Amazônia está interessada em você’”, reflete o ‘Livro de Ouro da Amazônia’.

Antes dessas palavras, o autor contava em sua obra que muitos nativos da região acreditam ser impossível o fim da floresta.

Algumas páginas depois, Meirelles traz este alerta aos leitores revelando que, sim, a Floresta Amazônica corria risco. Desde então, passaram-se 15 anos, e os estudos ainda revelam ameaças ao bioma.

Estudo recente reforça a afirmação do ‘Livro de Ouro da Amazônia’

Um estudo recente, que inclusive foi publicado na prestigiada revista científica Nature, lançou luz sobre um dos debates mais cruciais da atualidade: a situação da Amazônia.

Conduzido por Bernardo Flores, da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), no Sul do Brasil, a pesquisa revelou que a Floresta Amazônica enfrenta um futuro sombrio.

Poucos sabem, mas há pelo menos metade de sua extensão em risco de entrar em estado crítico em até 25 anos. Quanto a isso, Flores expressou surpresa com a velocidade alarmante do declínio e alertou que, após 2050, a situação poderá se deteriorar rapidamente.

O estudo indica que as atividades humanas exerceram um impacto devastador sobre a Amazônia, ultrapassando o ponto de segurança ambiental.

O desmatamento não age sozinho

O desmatamento, apesar de ser uma preocupação central no que diz respeito à Amazônia, não é o único vilão nessa história.

Além disso, as mudanças climáticas globais e as crises hídricas também desempenham um papel significativo.

Por um lado, as alterações climáticas são causadas principalmente pelo aumento das concentrações de gases de efeito estufa na atmosfera, resultantes das atividades humanas, como a queima de combustíveis fósseis e o desmatamento.

Tais modificações incluem o aumento das temperaturas médias globais, eventos climáticos extremos, derretimento de geleiras e aumento do nível do mar, entre outros.

As crises hídricas, por sua vez, são caracterizadas pela escassez de água potável, seja por falta de chuvas, má gestão dos recursos hídricos, poluição ou superexploração de aquíferos.

Esse problema pode afetar a agricultura, a segurança alimentar, a saúde pública e a vida selvagem, além de gerar conflitos sobre o acesso e uso da água.

A Dra. Adriane Esquivel-Muelbert, coautora do estudo e pesquisadora do Instituto de Pesquisa Florestal de Birmingham, ressaltou que secas prolongadas, incêndios florestais e a elevação das temperaturas podem causar alterações profundas na composição das espécies arbóreas da região.

O cenário pintado pelos pesquisadores é profundamente preocupante. Em vez de se regenerar, a Amazônia arrisca entrar em um processo de autodestruição, em que a perda florestal se retroalimenta, levando a uma espiral descendente irreversível.

A urgência de ações efetivas de preservação e restauração torna-se ainda mais evidente diante dessa ameaça iminente.

A Amazônia desempenha um papel imprescindível na regulação do clima global, na manutenção da biodiversidade e no sustento de milhões de pessoas, inclusive populações indígenas.

O Brasil, como o principal guardião dessa vasta floresta tropical, enfrenta um momento crucial em sua história ambiental.

A necessidade de políticas de conservação mais rigorosas, aliadas a esforços globais coordenados, é premente para evitar uma tragédia ecológica de proporções catastróficas.

À medida que o relógio avança implacavelmente, a Amazônia clama por atenção e ação imediata.

O futuro da maior floresta tropical do mundo está em jogo, e é responsabilidade de todos agir para garantir a sobrevivência e proteger as riquezas naturais que ela abriga.


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