Da máfia do apito a loteria esportiva: casos de manipulação no futebol não são novidade no Brasil




Os amantes do futebol se chocaram e continuam a se chocar com as notícias a respeito do mais novo escândalo de manipulação de resutados no futebol brasileiro: a Máfia das apostas. No entanto, o envolvimento de atletas das Séries A e B do Brasileirão em um esquema de apostas irregulares, trazido à tona pela Operação Penalidade Máxima II, não é uma novidade no país. 





O primeiro grande esquema de manipulação de resultados foi descoberto em outubro de 1982, pela revista “Placar”. Naquela época, o escândalo envolvia desde jogadores, a árbitros, dirigentes, empresários, ex-atletas e, claro, apostadores. 


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Ao todo, 125 pessoas foram apontadas como envolvidas na armação de 13 jogos na Loteria Esportiva, criada pela Caixa Econômica Federal. A manipulação se dava por meio da escolha dos jogos que entravam na Loteria Esportiva. A fabricação de resultados acontecia, especialmente, com as famosa “zebras”. Apenas 20 pessoas foram indiciadas, mas ninguém foi preso. 


O caso foi amplamente coberto pela imprensa esportiva na época, e envolvia nomes importantes do futebol brasileiro, como Amarildo e Marco Antônio, campeões da Copa do Mundo com a seleção brasileira nos Mundiais de 1962, no Chile, e 1970, no México.



Máfia do apito



Em setembro de 2005, a revista “Veja” revelou o segundo caso de grande repercussão envolvendo apostas esportivas: a Máfia do apito, que recebeu esse nome justamente porque envolvia, especialmente, o aliciamento de árbitros de futebol. Edilson Pereira de Carvalho era o principal ator do esquema. 


Ao todo, 11 partidas do Campeonato Brasileiro de 2005 foram anulados e posteriormente remarcados pelo STJD (Superior Tribunal de Justiça) por conta das manipulações de resultados, que visavam o benefício financeiro dos envolvidos no esquema. 





De forma indireta, a decisão beneficiou o Corinthians, que foi campeão brasileiro naquele ano. O Timão, que havia perdido para Santos e São Paulo, pôde jogar os clássicos novamente e conquistou quatro pontos. A diferença de pontuação foi essencial para que o time do Parque São Jorge batesse o Internacional na disputa e levantasse a taça. 


Apesar da grande repercussão, novamente ninguém foi condenado. Ainda assim, os árbitros Edilson Pereira de Carvalho e Paulo José Danelon foram banidos de todas as atividades do futebol. 


Veja os jogos remarcados e como ficaram os resultados (antes e depois):


Vasco 0 x 1 Botafogo (Vasco 1 x 0 Botafogo)

Ponte Preta 1 x 0 São Paulo (Ponte Preta 2 x 0 São Paulo)

Paysandu 1 x 2 Cruzeiro (Paysandu 4 x 1 Cruzeiro)

Juventude 1 x 4 Figueirense (Juventude 2 x 2 Figueirense)

Santos 4 x 2 Corinthians (Santos 2 x 3 Corinthians)

Vasco 2 x 1 Figueirense (Vasco 3 x 3 Figueirense)

Cruzeiro 4 x 1 Botafogo (Cruzeiro 2 x 2 Botafogo)

Juventude 2 x 0 Fluminense (Juventude 3 x 4 Fluminense)

Internacional 3 x 2 Coritiba (Internacional 3 x 2 Coritiba)

São Paulo 3 x 2 Corinthians (São Paulo 1 x 1 Corinthians)

Fluminense 3 x 0 Brasiliense (Fluminense 1 x 1 Brasiliense)


Veja as conversas entre jogadores e criminosos envolvidos no escândalo das apostas no futebol





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