Caso Wallace: CBV fala em punições ‘descabidas’ após ser suspensa do COB 


A Confederação Brasileira de Vôlei (CBV) se pronunciou após decisão proferida nesta terça-feira (2) que suspendeu a entidade dos sistemas do Comitê Olímpico Brasileiro (COB) pelos próximos seis meses.


A CBV disse ter recebido a notícia com “perplexidade” e classificou como “absurda” a suspensão de repasses financeiros à confederação durante o período. O Banco do Brasil — o maior patrocinador do vôlei brasileiro — e outras empresas públicas e privadas foram comunicadas e orientadas a não fazer repasses durante o período de punição.



O presidente em exercício da CBV, Radamés Lattari, foi suspenso por um ano. 


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Em nota, a Confederação declarou que irá recorrer da decisão do CECOB, que “prejudica gravemente a preparação do vôlei brasileiro para os Jogos Olímpicos de Paris 2024”, e que, segundo a entidade, “impede” a participação do quadro brasileiro nas modalidades de quadra e de volêi nos Jogos Pan-Americanos deste ano.


A punição veio após Wallace Souza, jogador do SADA/Cruzeiro, entrar em campo pela final da Superliga de Vôlei no último final de semana, no período em que ele cumpria suspensão de 90 dias por conta das incitações de violência feitas ao presidente Lula (PT), pelas redes sociais.


O oposto do Cruzeiro se apoiava em uma liminar do STJD (Superior Tribunal de Justiça Desportiva) para atuar na partida decisiva, no entanto, o COB entende que a decisão não cabia recursos.


Por atuar na final, contra o Minas, em que o Cruzeiro se sagrou campeão, o atleta teve sua suspensão aumentada de 90 dias para cinco anos.


Confira a nota na íntegra:


A CBV recebeu com perplexidade a decisão do Conselho de Ética do Comitê Olímpico do Brasil (CECOB), que suspende por seis meses a filiação da entidade ao Comitê Olímpico do Brasil (COB).


A decisão chega ao absurdo de determinar a suspensão do repasse de recursos do COB à CBV e recomendar que entidades públicas ou privadas retirem seus patrocínios e apoios.


Na decisão, totalmente desproporcional e pouco razoável pela total ausência de responsabilidade da CBV no ato que desencadeou o processo, o CECOB não observa as regras do próprio estatuto do COB, ao não considerar a decisão do Centro Brasileiro de Mediação e Arbitragem (CBMA), instância arbitral eleita pelo COB conforme ata de seu Conselho de Administração.


Na decisão divulgada nesta terça-feira, o CECOB se contradiz ao pedir o descredenciamento do CBMA como instância arbitral, admitindo que hoje o órgão é competente para atuar nestes casos. Importante destacar que nem ao menos o sigilo do processo ético foi respeitado, uma vez que a imprensa tomou conhecimento da decisão antes mesmo de qualquer comunicado oficial à CBV.



Assim, a CBV se vê obrigada a tomar todas as medidas jurídicas cabíveis para garantir seus direitos, diante da ameaça à participação das equipes de quadra e de praia em importantes competições internacionais, e do risco aos patrocínios e parcerias que dão tranquilidade para o crescimento profissional de jogadores, para a realização de eventos de quadra e de praia, e para o desenvolvimento do voleibol como esporte e como instrumento social.


A CBV reitera que está muito segura das ações que tomou neste caso, todas elas respeitando a legislação e as normas que se aplicavam.


Desde o início, a CBV buscou resguardar o voleibol, a Superliga, clubes, jogadores, patrocinadores e torcedores, mesmo sem ter relação direta ou responsabilidade sobre qualquer fato que gerou este cenário. E entende que toda esta comunidade do voleibol não deve ser prejudicada por atos praticados por terceiros ou decisões que extrapolam os limites estabelecidos na legislação.


A decisão do CECOB prejudica gravemente a preparação do vôlei brasileiro para os Jogos Olímpicos de Paris 2024, e impede a participação das equipes nos Jogos Pan-Americanos, nos Mundiais de base e nas etapas do Circuito Mundial de vôlei de praia.


Apesar disso, a CBV garante que empenhará todo o seu esforço e seus recursos para manter a preparação dos atletas, de quadra e de praia, para estas importantes competições. E espera que o COB respeite seu estatuto e a legislação vigente, e não tome qualquer medida sem que a CBV tenha direito amplo e irrestrito à defesa.


A CBV também reitera que repudia qualquer tipo de violência ou incitação a atos violentos, incompatíveis com os valores de respeito e igualdade que norteiam o esporte”.


Quem são os atletas do Time Brasil classificados para os Jogos Olímpicos de Paris 2024?



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