Fundo de US$ 100 bi a países pobres trava negociações na COP26

GLASGOW, 13 NOV (ANSA) – O fundo de US$ 100 bilhões por ano para financiar a luta contra a crise climática nos países em desenvolvimento travou as negociações sobre o documento conclusivo da COP26, em Glasgow.   

A cúpula era para ter terminado na última sexta (12), mas a falta de acordo entre os quase 200 países fez as tratativas se estenderem para o fim de semana.   

Negociadores italianos informaram à ANSA que o fundo de US$ 100 bilhões é o tema “mais complexo” neste momento – a Itália coorganiza a COP26 com o Reino Unido.   

Esse instrumento é previsto pelo Acordo de Paris, assinado em 2015, e deveria ter entrado em vigor em 2020, com uma revisão dos valores em 2025, mas hoje não está nem perto de sair do papel.   

O primeiro esboço do documento conclusivo da cúpula de Glasgow, divulgado em 10 de novembro, dava as “boas-vindas” ao compromisso de implantar o fundo até 2023, mas uma segunda versão publicada dois dias depois apenas “exorta” que as partes instituam o instrumento “urgentemente”.   

Um terceiro rascunho mantém esse mesmo teor, mas o esboço de um documento sobre as finanças de longo prazo contra a crise climática convida a presidência da COP27, que será realizada no Egito, a “organizar um diálogo ministerial de alto nível” sobre a instituição do fundo de US$ 100 bilhões.   

O rascunho mais recente da declaração final da COP26 mantém uma única e tímida, embora inédita, menção aos combustíveis fósseis, pedindo a progressiva eliminação de “subsídios ineficientes” para essa indústria, mas sem fixar metas.   

Além disso, cobra uma transição para “sistemas energéticos de baixa emissão, incluindo o rápido aumento da geração de energia limpa e a aceleração da eliminação progressiva do uso sem restrições da energia a carvão”, porém também sem estabelecer prazos.   

O esboço da declaração final ainda reafirma o compromisso do Acordo de Paris de manter o aquecimento global neste século “bem abaixo” de 2ºC em relação aos níveis pré-industriais, com a ressalva de que são necessários “esforços para limitar o aumento da temperatura a 1,5°C”.   

O texto “reconhece que os impactos das mudanças climáticas serão muito menores com uma elevação de 1,5ºC do que com 2ºC” e cobra uma redução de 45% nas emissões globais de dióxido de carbono (CO2) até 2030, em relação ao nível de 2010, e o fim das emissões líquidas até a metade do século.   

Os negociadores na COP26 também precisam destravar os nós de outras questões delicadas, como a regulamentação do mercado de créditos de carbono, o conjunto de regras para implantar o Acordo de Paris e a governança sobre os resultados nacionais de descarbonização. (ANSA).   

Veja mais notícias, fotos e vídeos em www.ansabrasil.com.br.


PUBLICIDADE
Imagem Clicável