Revelação que Cuca foi reconhecido por menina estuprada repercute no Corinthians. Técnico pode ir embora após jogo contra o Remo


São Paulo, Brasil


A situação de Cuca se complicou muito no Corinthians.


O principal trunfo do presidente Duílio Monteiro Alves para mantê-lo no cargo sofreu enorme abalo.


Conselheiros ligados à oposição ouvidos pelo blog dizem que o comandante corintiano no mínimo fez uma péssima investigação sobre a condenação por estupro do técnico Cuca.


Ou se deixou enganar como aconteceu com o técnico português Vítor Pereira, que disse que voltaria à Europa para tratar da sogra e assumiu o Flamengo.


O principal argumento de Cuca, que provaria que nunca tocou em Sandra Pfaffli, garota de 13 anos que foi estuprada no hotel em que o Grêmio se hospedou, em 1987, em Berna, Suíça, deixou de existir.


“Respeito as mulheres, nunca encostei um dedo. Tive em outros clubes e nunca me foi questionado. Meu erro foi nunca ter me defendido, não fiz isso porque não tinha dinheiro e nem soube. Fomos para averiguação e, três vezes, não é que ela não me reconheceu, é que eu não estava lá. Se a vítima diz que eu não estava lá…”, garantiu o treinador na sua apresentação no Corinthians.


Foi essa a versão que o presidente Duílio ouviu de Cuca. Por isso o contratou e tem enfrentado toda onda de protestos contra o treinador comandar o futebol do Corinthians.


Mas o advogado de Sandra veio à público para contestar a versão do treinador.


E garantir que a menina de 13 anos não só reconheceu Cuca. Como nos exames feitos pela polícia suíça foi encontrado sêmen do técnico no corpo da menina.


“A declaração de Alexi Stival (Cuca) é falsa. A garota o reconheceu como um dos estupradores. Ele foi condenado por relações sexuais com uma menor.


“É correto que o sêmen de Alexi Stival foi encontrado no corpo da garota. O exame foi realizado pelo Instituto de Medicina Legal da Universidade de Berna”, disse o advogado Willi Egloff.


Ele também confirmou que Sandra tentou o suicídio, perturbada com o estupro coletivo. Foram condenados, além de Cuca, o ex-zagueiro Henrique, o ex-goleiro Chico e o ex-atacante Fernando.


As declarações de Egloff serviram para deixar ainda mais tenso o péssimo ambiente nos bastidores corintianos.


Duílio Monteiro Alves não tem atendido telefonemas ou respondido questionamentos da imprensa. E mesmo de conselheiros da mesmo grupo político que o seu.


Cuca também não se manifestou, depois de desmentido.


Membros da oposição estão tentando se unir para exigir que Duílio demita Cuca, seja qual for o resultado de amanhã, do Corinthians contra o Remo, pela Copa do Brasil.


Juram que não vão admitir que uma eventual vitória sirva de escudo para a continuidade do técnico.


As declarações do advogado ao Uol chegaram aos jogadores do Corinthians.


Embora tenham se passado 36 anos, a situação é pesada demais.


Cuca havia garantido ontem outra vez a Duílio que ‘tudo estava esclarecido’ e só iria se focar na preparação do time para vencer o Remo e classificar a equipe para as oitavas da Copa do Brasil.


O técnico também foi desmentido em relação a ter sido julgado à revelia.


O ex-presidente do Grêmio, Luiz Carlos Pereira Silveira Martins, foi quem o defendeu. ‘Cacalo’ era advogado do clube. Mas não conseguiu evitar a condenação por 15 meses.


“Alexi Stival foi condenado por violar o art. 181 (coerção) e o art. 191 (fornicação com crianças) do Código Penal Suíço. Desde então, o Código Penal Suíço foi revisado várias vezes. O antigo art. 191 corresponde ao art. 187 (atos sexuais com crianças) do atual Código Penal Suíço”, enfatizou Engloff.


Duílio repetia a apoiadores e chefes da Gaviões da Fiel, principal torcida uniformizada, que Cuca era inocente.


Ele dizia ter certeza absoluta.


Agora, com as revelações do advogado de Sandra, tudo mudou.


A pressão pela demissão de Cuca cresceu, e muito.


Não será surpresa se ele deixar o clube amanhã, depois da partida contra o Remo.


Desde que foi contratado, jamais teve a vida tão investigada.


E a condenação por estupro finalmente explicada.


Talvez se fosse tornada pública, há 36 anos, sua carreira teria sido outra…


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