Neste quarto – e último – dia de Carnaval, a única memória que os foliões não querem guardar dos bloquinhos é a de uma doença. Por esse motivo, a infectologista Mirian Dal Ben, credenciada da Omint, separou algumas dicas para driblar essa intercorrência no último dia de festividade
1. Tenha cuidado se for de um grupo de risco
Apesar de a chuva estar sendo frequente nos bloquinhos, ela não está diretamente ligada à queda de imunidade. No entanto, existem grupos que devem manter atenção durante a festividade.
‘Existem pessoas que têm imunidade baixa por alguma doença de base, como diabetes e algumas alterações genéticas na quantidade de anticorpos que a pessoa produz, por exemplo, infecção pelo vírus do HIV. Essas doenças de base deixam a pessoa mais suscetível a pegar infecções’, explica Mirian.
E acrescenta: ‘Indivíduos que estão com deficiência de vitamina ou deficiências proteicas, às vezes por seletividade alimentar, ou porque estão fazendo uma dieta muito restritiva, como no caso de veganos, ou que fizeram cirurgia – como cirurgia bariátrica -, [podem ter] uma imunidade mais baixa, mais fraca.’
Além do mais, estar com o esquema vacinal – da Covid-19 e de outras doenças, como a gripe – incompleto aumenta a chance de infecção, não por baixa imunidade, mas sim porque ‘o sistema imune não foi treinado o suficiente para se defender contra aquela infecção’
2. Mantenha-se hidratado
A água é vital para manter o bom funcionamento de todos os órgãos. Além de hidratar, o líquido transporta nutrientes, oxigênio e sais minerais. Não apenas isso, também expulsa substâncias tóxicas por meio do suor e da urina.
Porém, de acordo com Mirian, ‘às vezes, quando a gente está super animada no Carnaval, esquecemos de nos hidratar e acabamos só bebendo bebida alcoólica.’
Sendo assim, não esqueça de tomar muito água, ela está relacionada a grande parte das funções do metabolismo
3. Não esqueça de se alimentar bem
Uma boa alimentação ajuda, por exemplo, no aumento da disposição e na diminuição do estresse e da ansiedade. No Carnaval, em especial, quando o gasto energético é maior, os foliões não devem pular as refeições.
‘Não corra risco tomando uma água ruim e coma alimentos de lugares conhecidos também, para você não pegar uma infecção intestinal – se alimente em locais que você acha que a comida é adequadamente preparada com critérios de higiene’, alerta Mirian
4. Tenha uma boa noite de sono
‘Vai pular o Carnaval durante a noite? Tem que garantir que, se terminou o bloquinho na madrugada, vai ter algumas horas de sono repousante, para o corpo se recuperar da festa. Vai sair de novo no dia seguinte à noite? Durante o dia, tenta relaxar para deixar o corpo mais descansado’, recomenda a infectologista.
Há uma série de funções do organismo que acontecem apenas quando estamos dormindo, o que torna a qualidade do sono algo indispensável para os seres humanos.
‘[Uma das] funções que é imediatamente afetada pela da falta de sono é a resposta imunológica. É só durante o sono que produzimos anticorpos. Então, se dormirmos pouco no dia seguinte, estamos mais suscetíveis a pegar uma gripe, adoecer’, explicou a especialista do sono e psicóloga Laura Castro, sócia-fundadora dos Vigilantes do Sono, em entrevista ao R7 em dezembro de 2022
5. Leve álcool em gel
O álcool em gel é uma peça chave para manter as mãos higienizadas durante o Carnaval, já que ele cabe na bolsa e é fácil de usar.
‘A pessoa pode, sempre na hora que for se alimentar ou que for ao banheiro químico, levar com ela um álcool em gel’, orienta Mirian.
As mãos acabam sendo as principais formas de transmissão de, por exemplo, bactérias. O contato com o material de fezes humanas, nesses banheiros, começa nessa região.
‘Quando você entender que esse é o farol de transmissão, consegue evitar uma série de doenças’, disse João Prats, médico infectologista da BP — Beneficência Portuguesa de São Paulo, em entrevista ao R7 em fevereiro
6. Saiba se está com sinais de baixa imunidade
Evitar os bloquinhos enquanto estiver com baixa imunidade colabora diretamente com a prevenção de doenças infecciosas, e há alguns sinais que podem indicar o quadro.
‘Quando a pessoa percebe que ela está tendo muitas infecções de repetição, seja infecções de garganta, de ouvido, sinusites, infecções pulmonares que dão tosse, de pele, qualquer uma que está tendo uma atrás da outra, tem que acender um alerta e procurar um médico para investigar se tem alguma coisa acontecendo’, diz Mirian