Fenômeno das redes, terraplanismo perde adeptos e está em crise no mundo

Em 2018, uma pesquisa nos Estados Unidos indicou que 34% dos millennials no país não acreditam na Terra redonda. Uma outra, menos cataclísmica, de 2022, diz que 10% dos americanos acreditam na Terra plana.

Em 2020, um tópico mobilizou 3,5 mil comentários no fórum Reddit: “Ex-terraplanistas, o que fez vocês se darem conta de que a Terra não é, de fato, plana?”. Entre inevitáveis piadas e ofensas, alguns depoimentos surpreendem.

Uma usuária disse que o ex-marido acreditava em qualquer teoria da conspiração que apresentassem a ele, não importavam as evidências do contrário que ela tentava lhe mostrar. “Ele me fez assistir a um documentário de uma hora em que o homem dizia que o mundo é na verdade uma faixa de Möbius [figura matemática semelhante a uma fita com as pontas unidas], e que por isso ninguém cai dele. Terminamos pouco depois disso.”

Uma outra também falou que o marido foi tragado por um “buraco negro de vídeos de Terra plana no YouTube”, mas que acabou sendo salvo, sem querer, pela política. “Ele descobriu que a maioria dos terraplanistas são trumpistas com visões políticas extremas e estúpidas.”

Já um outro confessou que se convenceu com uma explicação bastante usada pelos anti-terraplanistas: os voos diretos entre o Chile e a Austrália. São rotas longas, com mais de 14 horas de duração, mas que, em uma Terra plana, durariam muito mais, a ponto de ser impossível não parar para abastecer, dada a autonomia dos aviões atuais. “Essas pessoas ainda dizem que os vídeos dos voos são falsos e outras coisas decepcionantes assim”, escreveu.

Para todos esses ex-terraplanistas, a explicação de seu novo posicionamento está, ironicamente, naquela expressão: “O mundo dá voltas”.


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