O Talibã tomou o poder no Afeganistão em 15 de agosto, após o governo apoiado pelos EUA entrar em colapso depois da retirada das tropas estrangeiras do país. O grupo fundamentalista islâmico declarou anistia a ex-membros das Forças de Segurança Nacional do Afeganistão que haviam se rendido ou sido apreendidos.
Abusos de direitos no Afeganistão
Os novos governantes afegãos vêm buscando reconhecimento internacional. O secretário-geral da ONU, António Guterres, afirmou que outros países devem usar esse desejo de reconhecimento para pressionar pelo respeito a direitos humanos no Afeganistão.
Em seu relatório, a Human Rights Watch afirmou que, após tomar o poder, a liderança talibã determinou que ex-membros das forças de segurança que haviam se rendido se registrassem junto às autoridades para receber uma carta garantindo sua segurança.
“No entanto, forças talibãs usaram essa triagem para deter e executar sumariamente ou forçar o desaparecimento de pessoas poucos dias após elas se registrarem, deixando seus corpos para que seus parentes ou comunidades encontrassem”, disse a HRW.
“O Talibã também conduziu operações de busca abusivas, incluindo batidas noturnas, para apreender e, por vezes, forçar o desaparecimento de supostos ex-oficiais”, concluiu.
Já em agosto, poucos dias após a tomada de poder pelo Talibã, a alta comissária da ONU para os Direitos Humanos, Michelle Bachelet, alertou ter recebido relatos confiáveis de graves abusos no Afeganistão, incluindo execuções sumárias de civis e de membros das forças de segurança que depuseram suas armas, além de restrições sofridas por mulheres.