GM prepara expansão do sistema de condução autônoma

A General Motors acaba de anunciar um plano de expansão do seu sistema de assistência ao condutor, chamado Super Cruise.

Para quem não conhece, ele é menos avançado que o Full Self-Driving, da Tesla, mas muito parecido com o BlueCruise, da Ford.

Trata-se de um sistema de direção autônoma de nível 2, ou seja, efetua movimentos sem a necessidade de ajuda do motorista, mas requer total atenção do ser humano para alguns comandos quando necessário.

Segundo a própria GM, o Super Cruise é um sistema de “mãos livres, olhos fixos”.

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E algo que a maioria das pessoas não entende (e por isso ocorrem os acidentes) é que, por enquanto, esses assistentes de direção não podem ser utilizados em todas as vias. O Super Cruise, por exemplo, está autorizado a funcionar em 400.000 milhas de estradas nos EUA e no Canadá.

A empresa planeja adicionar cerca de 40.000 milhas de novas estradas a cada trimestre ao longo de dois anos. Portanto, até o final de 2025, o Super Cruise cobrirá aproximadamente 750.000 milhas nos dois países.

Como funciona o sistema

  • Lançado em 2017, o Super Cruise usa informações de câmeras e radar embutidos no carro, dados de GPS e os chamados sensores LiDAR para permitir a direção com as mãos livres e, em alguns casos, mudanças automáticas de faixa.
  • Ele combina esse recurso com um sistema de monitoramento do motorista que usa uma câmera infravermelha.
  • Isso garantir que o motorista mantenha os olhos na estrada o tempo todo, caso o Super Cruise precise devolver o controle ao motorista.
  • Funciona da seguinte maneira: se você ficar muito tempo com o rosto virado para o lado, conversando com o passageiro, o sistema vai te dar uma “bronca” e mandar você assumir o comando novamente.
  • Ao ligar o botão do Super Cruise, o carro faz curvas, para, anda, acelera e freia conforme a necessidade – só precisa estar nas rotas monitoradas.
Super Cruise em um Bolt EV (Imagem: André Fogaça/Olhar Digital)
Super Cruise em um Bolt EV (Imagem: André Fogaça/Olhar Digital)
  • Durante anos, o Super Cruise ficou limitado a rodovias divididas que a GM mapeou a laser e aprovou para uso.
  • Mas a partir de 2023, a empresa começou a adicionar rodovias estaduais e federais não divididas.
  • A GM afirma que continuará a adicionar mais rotas e rodovias nos próximos anos para expandir o domínio operacional do Super Cruise.
  • E, sim, ele não está disponível no Brasil, apenas nesses países do Hemisfério Norte.
  • Ah, outra coisa importante: não confunda o Super Cruise com a Cruise, uma empresa ligada à GM que está em crise.

Alfinetadas na Tesla

Ao fazer o anúncio da expansão, o gerente de produto do Super Cruise, Jeff Miller, afirmou que a GM está abordando o conceito de direção com as mãos livres da maneira mais segura e cautelosa possível.

“Não faremos testes beta em nossos clientes, como fazem alguns outros concorrentes”, disse ele em referência à Tesla.

Foi uma bela alfinetada no Full Self-Driving da concorrente, que, embora já esteja disponível para mais de 400 mil proprietários de veículos nos EUA, ainda é considerado um beta, uma versão de testes, pela empresa de Elon Musk.

E Jeff Miller não parou por aí. Falando a jornalistas, ele citou os acidentes com o piloto automático e garantiu que a GM tem um currículo limpo:

“Nossos clientes dirigiram o Super Cruise completamente com as mãos livres por 160 milhões de milhas e não houve nenhum acidente atribuído ao Super Cruise”, provocou.

Mais uma cutucada na Tesla, que vem sendo alvo de frequentes investigações sobre mortes e acidentes no trânsito envolvendo tanto o Full Self-Driving como também a versão antiga dele, o Autopilot.

Desde 2019, foram mais de 700 acidentes, incluindo 17 mortes.

As informações são do The Verge.


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