“O radar de penetração no solo a bordo do Rover Mars Perseverance da Nasa confirmou que a cratera Jezero, formada pelo impacto de um antigo meteoro logo ao norte do equador marciano, já abrigou um vasto lago e um delta de rio”, segundo a UCLA.
O aparelho indica ainda que os períodos de deposição e erosão ocorreram ao longo de eras de mudanças ambientais, confirmando que as inferências sobre a história geológica da cratera Jezero baseadas em imagens de Marte obtidas do espaço são precisas.
“Em órbita podemos ver vários depósitos diferentes, mas não podemos dizer, com certeza, se o que estamos vendo é o seu estado original ou a conclusão de uma longa história geológica. Para saber como essas coisas se formaram, precisamos ver abaixo da superfície”, disse David Paige, um dos autores do artigo e professor de ciências da Terra, planetárias e espaciais da UCLA.
O veículo da Nasa, que tem aproximadamente o tamanho de um carro e carrega sete instrumentos científicos, tem explorado a cratera de 30 milhas de largura, estudando sua geologia e atmosfera e coletando amostras no planeta vermelho há quase três anos. “As amostras de solo e rocha do Perseverance serão trazidas de volta à Terra por uma futura expedição e estudado em busca de evidências de vidas passadas”, disse a universidade.
Entre maio e dezembro de 2022, o robô da Nasa se dirigiu do fundo da cratera para o delta, uma vasta extensão de sedimentos com três mil milhões de anos que, em órbita, se assemelha aos deltas dos rios da Terra.
“À medida que o rover se dirigia para o delta, o instrumento The Radar Imager for Mars’ Subsurface Experiment, conhecido como RIMFAX disparou ondas de radar para baixo em intervalos de dez centímetros e mediu pulsos refletidos de profundidades de cerca de vinte metros abaixo da superfície. Com o radar, os cientistas podem ver até a base dos sedimentos para revelar a superfície superior do fundo da cratera enterrada”, acrescenta a UCLA.