Sabe o que é cidade metaversa? Seul vai investir bilhões para se tornar uma

Há algumas semanas, um termo que era conhecido somente por alguns ganhou as manchetes do mundo inteiro: o metaverso. Em um processo milionário de reestruturação, o Facebook anunciou que a marca passaria a ser utilizada somente para a rede social que deu origem ao império de Mark Zuckerberg, e que a empresa responsável pelo conglomerado passaria a se chamar Meta. Coincidência ou não, o novo nome deriva do principal carro-chefe da companhia agora, o metaverso.

Na carta de anúncio da novidade, Mark disse que “o metaverso parecerá um híbrido das experiências sociais online de hoje, às vezes expandido em três dimensões ou projetando no mundo físico. Isso permitirá que você compartilhe experiências imersivas com outras pessoas, mesmo quando vocês não podem estar juntos —e fazer coisas juntos que você não poderia fazer no mundo físico”. Mas você realmente entendeu o que significa?

Em uma pesquisa rápida no Google pela palavra metaverso (metaverse, em inglês), são encontrados 112 milhões de hits, dos mais otimistas às previsões de fim do mundo.

Algo que muitas pessoas confundem é que o metaverso não é uma tecnologia em si, mas uma nova forma de comunicação e como nós iremos interagir com diferentes tecnologias.

Você se lembra que já falamos aqui na coluna sobre realidade virtual e aumentada? Elas, por exemplo, fazem parte desse “novo universo” que passa a movimentar milhões de reais.

Com o crescimento do mundo virtual, a tendência é que mais produtos digitais sejam comercializados e uma nova economia passe a existir.

Só para você ter uma ideia, se fizermos um paralelo com as criptomoedas, imagine que você tivesse comprado US$ 100 em bitcoins no seu lançamento, em janeiro de 2009 (cerca de R$ 230 na época). Hoje, você teria simplesmente US$ 48 milhões.

Mas não se anime muito, o metaverso não é tão barato assim!

O Decentraland, plataforma de realidade virtual que tem 90601 terrenos, teve um de seus lotes arrematado por US$ 2,4 milhões pela empresa Tokens.com na semana passada, o mais caro da história. O terreno, que fica na rua Fashion, deverá ser utilizado pela empresa para hospedar eventos de moda digital e vender roupas virtuais para avatares.

Outros dois metaversos que também começam a ganhar popularidade são o Axie Infinity e o The Sandbox, que também teve seu momento de glória recentemente.

Em um evento que demonstra como o mundo virtual e real podem se misturar, alguém pagou cerca de US$ 650 mil em ethereum por um iate NFT (non-fungible token) que só existe no The Sandbox, tornando-o o ativo mais caro da plataforma.

Apesar de ser visto por muitos como algo para os mais jovens encabeçado pelo Facebook, o que não é verdade, o metaverso é “coisa de gente grande” e também estará presente nos projetos de cidades mais inteligentes, é claro.

Um exemplo mais recente é a cidade de Seul, que neste mês anunciou que pretende investir US$ 3,3 bilhões até 2030 para se tornar uma cidade metaversa.

Lembra que comentei acima que esse novo termo está muito relacionado sobre como lidamos com a tecnologia e como ela impacta nosso cotidiano? Pois então, a ideia da cidade asiática é ter um canal de comunicação virtual para todos os seus serviços administrativos, abrangendo de cultura e turismo à economia e educação, que será implantado gradualmente.

O pontapé inicial já começa neste ano com uma cerimônia virtual para tocar o sino de Bosingak no ano novo. Além disso, diversas instalações já estarão disponíveis, como o gabinete do prefeito, laboratório fintech e área de investidores.

A partir do ano que vem, o projeto passa a seguir um cronograma de implementação que foi dividido em três fases: introdução, no ano de 2022, expansão, de 2023 a 2024, e estabelecimento, de 2025 a 2026.

Apesar de todo planejamento, de nada irá adiantar ter tudo isso se a população não se envolver, como já falamos aqui sobre o modelo The Neural e a importância da dimensão pessoas nos planos de cidades inteligentes.

No anúncio do Metaverse Seoul, como o projeto é chamado pelo município, já foi previsto que todas as faixas etárias devem se beneficiar dos novos recursos e que a inclusão é um dos objetivos a serem alcançados.

Para isso, entre outras iniciativas está a de desenvolver serviços com conteúdo de segurança e acessibilidade por meio de realidade estendida para aqueles que sejam socialmente vulneráveis, por exemplo.

Está mais do que claro que o futuro do uso das realidades mistas, criptomoedas, blockchain, e dos gêmeos digitais (digital twin), que temos tanto discutido aqui na coluna, está finalmente virando realidade em nossas cidades para beneficiar não só os que ali vivem, mas a comunidade como um todo.

Seul deu o primeiro passo na corrida das cidades metaversas, mas será que no futuro teremos cidades inteligentes virtuais? Quem viver, verá!


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