Ribeirão Preto é certificado por erradicar transmissão vertical

A cidade de Ribeirão Preto, no interior de São Paulo, recebeu uma certificação do Ministério da Saúde pela erradicação da transmissão do vírus HIV entre gestante e bebê. O fim da transmissão vertical levou em conta critérios da Organização Mundial da Saúde (OMS) e demorou seis anos para acontecer.

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Transmissão vertical do HIV

A transmissão vertical ocorre quando uma criança é infectada por alguma IST, incluindo o HIV, durante a gestação, o parto ou a amamentação.

O esforço em Ribeirão Preto incluiu o Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (HC-FMRP) da Universidade de São Paulo (USP) e teve de cumprir protocolos da OMS e da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas).

Segundo a pediatra Maria Célia Cervi, docente da FMRP e coordenadora do serviço de Infectologia Pediátrica do HC-FMRP, ao Jornal da USP a transmissão vertical é eliminada quando se tem o controle completo do processo, desde o pré-natal até algumas semanas após o parto.

HIV
Imagem: PENpics Studio/Shutterstock

Como acontece o acompanhamento

Ela explicou que as gestantes com HIV são encaminhadas para o HC-FMRP para o acompanhamento da gestação. Veja os procedimentos:

  • Durante todo o período e no parto, elas tomavam um medicamento para redução da carga viral de forma controlada, para evitar a resistência por parte do vírus.
  • Após o parto, ainda há etapas para proteger a criança. Nos primeiros seis meses, o acompanhamento é mensal e avalia ganho de peso, uso adequado da fórmula alimentícia (o aleitamento materno não é recomendado) e a adesão aos medicamentos.
  • Após o período, as avaliações acontecem até o bebê ter por volta de um ano e meio, para monitorar o desenvolvimento, efeitos do tratamento e se foi infectado.

Certificação

Os dados da avaliação são notificados ao Ministério da Saúde e OMS. De acordo com Mônica de Arruda Rocha, coordenadora do Programa de Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTs), Aids, Tuberculoses e Hepatites Virais da Secretaria Municipal da Saúde, a certificação depende do acompanhamento da gestante desde o início da gravidez até alguns anos após o nascimento do bebê.

O momento chegou em 2017, quando foi constatado que Ribeirão Preto não tinha mais nenhum caso de transmissão vertical. Ou seja, nenhum bebê nasceu com HIV.

O reconhecimento foi concedido em dezembro de 2023 pelo Ministério da Saúde. Ainda Rocha explica que, para receber o certificado, Ribeirão Preto teve que ter uma taxa de transmissão vertical menor que 2% — e, para mantê-lo, deve continuar assim.

Imagem: Shutterstock/Marc Bruxelle

Proteção contra o HIV em adultos e bebês

Para bebês, Cervi destaca a importância do acompanhamento médico desde o pré-natal e após o vírus. Também durante essa avaliação, os exames de carga viral estabelecem o nível de risco de transmissão, que pode ser baixo, médio ou alto. Isso irá determinar os protocolos para o parto.

Para adultos, ela destaca a prevenção, seja com preservativos ou com medicamentos, como a Profilaxia Pós-Exposição (PrEP) ou Profilaxia Pré-Exposição (Prep).


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