O presidente dos juízes, Christoph Koller, lembrou que o caso é o primeiro no mundo a decretar se um ex-membro da organização terrorista desempenhou um papel na tentativa de genocídio da minoria religiosa yazidi.
O condenado, Taha Al-J., de 29 anos, é um iraquiano que chegou a desmaiar quando o veredicto foi lido em voz alta no tribunal alemão.
A lutadora estrangeira alemã Jennifer W., na época esposa de Taha Al-J., foi condenada a 10 anos de prisão pelo tribunal de Munique em setembro passado. Ela foi acusada de cumplicidade e passividade ao deixar a criança morrer de sede sob o calor escaldante do Iraque.
Segundo os promotores, o réu comprou uma mulher yazidi e sua filha de 5 anos como escravas em uma base do Estado Islâmico na Síria em 2015. As duas haviam sido presas por militantes do grupo no norte iraquiano no início de agosto de 2014 e já tinham sido “vendidas e revendidas várias vezes”.
Na época, Al-J chegou a levar mãe e filha para sua residência na cidade iraquiana de Fallujah, onde ambas foram forçadas a cuidar da casa e viver de acordo com suas regras rígidas.
Além disso, o casal teria espancado e dado pouca comida para as duas. No fim de 2015, inclusive, a criança foi acorrentada às grades de uma janela e ficou exposta a uma temperatura de quase 50ºC. A medida foi uma punição por ela ter urinado na cama.
A ganhadora do Prêmio Nobel da Paz de 2018, Nadia Murad, celebrou o veredicto de genocídio emitido contra o terrorista e chamou a decisão de “histórica”.
“Este veredicto é uma vitória para os sobreviventes do genocídio, os sobreviventes da violência sexual e toda a comunidade Yazidi”, disse Murad em um comunicado, agradecendo à Alemanha. (ANSA)