Dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) apontam que aproximadamente 1% da população mundial com idade superior a 65 anos vive com a Doença de Parkinson. Isso, segundo cálculos da Universidade de Harvard (EUA), dá mais ou menos 9 milhões de pessoas em todo o mundo.
No Brasil, de acordo com estimativas do Ministério da Saúde, são mais de 200 mil pessoas nessa condição.
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No geral, a sociedade costuma associar o Parkinson aos tremores nos membros superiores e nas mãos, mas esses não são os únicos sintomas da enfermidade.
Existem também sintomas não motores, como diminuição do olfato, alterações intestinais e do sono.
Os motores, porém, são os mais agudos – e vão muito além dos tremores. A doença causa rigidez entre as articulações do punho, cotovelo, coxa e tornozelo, isso sem contar o desequilíbrio.
É o que os médicos chamam em Inglês de “gait freezing”, ou o congelamento na hora de andar. Os pacientes começam a dar passinhos curtos até pararem completamente o movimento. Essa é a principal causa de queda entre as pessoas com essa condição.
A tecnologia a serviço da saúde
Pensando justamente nesse último sintoma, o do “gait freezing”, cientistas da Escola de Engenharia e Ciências Aplicadas da Universidade de Harvard desenvolveram um exoesqueleto específico para pacientes com Parkinson.
E a máquina resolveu o problema do congelamento dos passos! Os testes foram feitos apenas em ambientes fechados e controlados. E tiveram resultados animadores.
A vestimenta robótica, usada ao redor dos quadris e coxas, dá um empurrão suave nos quadris conforme a perna balança, ajudando o paciente a conseguir uma passada mais longa.
Co-autor do estudo, o professor de Harvard Conor Walsh destacou o trabalho multidisciplinar entorno da descoberta.
“O exoesqueleto exigiu uma colaboração entre engenheiros, cientistas de reabilitação, fisioterapeutas, biomecânicos e designers de vestuário.”
Outro colaborador da pesquisa, o professor do Departamento de Fisioterapia da Universidade de Boston, Terry Ellis, explicou como os cientistas usaram uma abordagem diferente nesse tratamento:
“Como não entendemos realmente o congelamento, não sabemos realmente por que essa abordagem funciona tão bem. Mas este trabalho sugere os benefícios potenciais de uma solução “de baixo para cima” em vez de “de cima para baixo” no tratamento do congelamento da marcha. Vemos que restaurar a biomecânica quase normal altera a dinâmica periférica da marcha e pode influenciar o processamento central do controle do paciente.”
A pesquisa foi publicada na revista Nature Medicine.
Música como forma de tratamento?
Os pesquisadores da Universidade de Boston também trabalham com essa possibilidade. O vídeo a seguir mostra um pouco do trabalho desenvolvido pelos profissionais.
Mais sobre a doença de Parkinson
- A Doença de Parkinson é uma doença degenerativa do sistema nervoso central, crônica e progressiva.
- É causada por uma diminuição intensa da produção de dopamina, que é um neurotransmissor.
- A dopamina ajuda na realização dos movimentos voluntários do corpo de forma automática, ou seja, não precisamos pensar em cada movimento graças a essa substância em nossos cérebros.
- Na falta dela, o paciente perde o controle de funções motoras, ocasionando o Parkinson.
- Os médicos ainda não conseguiram determinar a causa exata. O que se sabe é que, com o envelhecimento, todos os indivíduos saudáveis apresentam morte progressiva das células nervosas que produzem dopamina.
- Só que algumas pessoas perdem essas células num ritmo muito acelerado.
- Como não se sabe o motivo exato disso, também não podemos falar em prevenção.
- O tratamento, porém, existe e os sintomas respondem de forma satisfatória às medicações.
- Também é recomendado Fisioterapia e atividades físicas. O exoesqueleto entra e auxilia nesse contexto.
As informações são da Universidade de Harvard.