Jack Dorsey deve deixar cargo de presidente-executivo do Twitter, diz imprensa dos EUA

Jack Dorsey, um dos fundadores do Twitter, deve deixar o cargo de presidente-executivo da rede social, segundo informações do site americano “CNBC” e da agência de notícias Reuters publicadas nesta segunda-feira (29). Ele deve continuar liderando a empresa de pagamentos digitais Square, da qual também é CEO.

As ações do Twitter estavam em alta de 3% no fim da manhã. O g1 procurou a empresa, mas não obteve um posicionamento até a última atualização desta reportagem.

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O tuíte mais recente do “chefão” da rede social foi publicada no último domingo (28) e diz “eu amo o Twitter”.

Essa não seria a primeira vez que o Dorsey deixaria o posto no Twitter – em 2008, dois anos após a fundação da empresa, o magnata foi afastado do cargo por supostamente gastar muito tempo fazendo yoga e tendo aulas de design de moda.

Ele só retornou em 2015 – durante esse período a companhia foi comandada pelo cofundador Evan Williams, que depois passou a liderança para o executivo Dick Costolo.

Há meses, o bilionário vem sofrendo pressão para deixar a liderança do Twitter – no início de 2020, o grupo investidor Elliott Management teria pedido a sua saída, de acordo as agências de notícias Reuters e Bloomberg.

Esse grupo, liderado pelo bilionário Paul Singer, não via com bons olhos o fato de Dorsey liderar duas empresas listadas na bolsa de valores e vinha solicitando que ele deixasse um dos cargos.

O grupo Elliott é famoso por ser “ativista” em seus investimentos, levando empresas à substituição de executivos e a mudanças no conselho, com pressões para elevar o preço das ações.

Singer já foi descrito na imprensa americana como o “investidor mais temido do mundo” e também é um conhecido apoiador do Partido Republicano nos EUA.

Dorsey nasceu e cresceu em Saint Louis, no estado americano do Missouri, em 19 de novembro de 1976. Assim como outros grandes nomes da tecnologia, ingressou na faculdade mas abandonou a graduação pouco antes de completá-la.

Ele é famoso por ser um executivo pouco convencional – no final de 2019, ele disse que pretendia morar na África durante parte de 2020, mas não concretizou seus planos.

Entusiasta da criptomoeda Bitcoin e de tecnologias de blockchain, ele vendeu o primeiro post da história do Twitter como um NFT por US$ 2,9 milhões. O tuíte – “estou criando minha conta Twttr” – foi publicado em 21 de março de 2006, ainda com a referência ao antigo nome da rede social.

Em uma audiência on-line da Câmara dos Estados Unidos sobre desinformação na internet, o executivo roubou a cena por mostrar uma espécie de relógio com a cotação do Bitcoin. Na ocasião, também levou uma “bronca” da deputada democrata Kathleen Rice por ironizar as perguntas dos congressistas em uma enquete no Twitter.

Jack Dorsey, presidente do Twitter durante sessão no Congresso dos EUA em março de 2021 — Foto: Reprodução via Reuters

Se a saída se confirmar, será a segunda grande empresa de tecnologia a trocar de comando nos últimos meses. Em julho passado, o fundador da Amazon, Jeff Bezos, deixou o cargo de presidente-executivo da gigante do varejo on-line – mas ao contrário de Dorsey, ele não vinha sendo pressionado por investidores e decidiu sair para se dedicar a outras empreitadas, como a empresa de exploração espacial Blue Origin.


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