A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, disse ontem que a variante ômicron, recém-descoberta na África do Sul, coloca o mundo em uma “corrida contra o tempo”.
Assim como já disse a OMS (Organização Mundial da Saúde), von der Leyen destacou que cientistas e fabricantes de vacinas precisarão de várias semanas para entender a nova variante.
Ao menos 13 países já detectaram casos da ômicron, o que mobiliza governos do mundo todo. Os ministros da Saúde do G7, grupo formado por grandes potências, se reúnem em caráter de emergência para tentar estabelecer uma estratégia comum diante do avanço da pandemia.
Além da África do Sul, a variante foi encontrada em Botsuana, Bélgica, Canadá, Austrália, Holanda, Dinamarca, Reino Unido, Alemanha, Israel, Itália, República Tcheca e Hong Kong.
Ontem, as autoridades holandesas anunciaram que pelo menos 13 pessoas que desembarcaram no Aeroporto Schipol, em Amsterdã, tiveram teste positivo para a variante depois de viajar da África do Sul. No total, 61 pessoas foram diagnosticadas com covid-19.
Variante de preocupação
A OMS classificou a cepa como uma variante de preocupação. De acordo com a entidade, a decisão foi tomada por conta da grande quantidade de mutações apresentada pela variante, sendo que algumas delas apresentam “características preocupantes”.
Angelique Coetzee, médica sul-africana que fez o primeiro alerta às autoridades sobre a variante ômicron, disse que seus pacientes apresentaram sintomas leves, mas ressaltou que é necessário mais tempo até que a ciência tenha informações consolidadas sobre a nova cepa, como a gravidade da doença que ela provoca em pessoas vulneráveis.
“O sintoma mais comum é fadiga intensa por um ou dois dias, seguido de dores no corpo”, disse em entrevista ao jornal britânico The Telegraph. “Algumas pessoas também se queixam de garganta arranhando e uma tosse seca não contínua, que vai e volta”.
Embora as notícias sejam animadoras, ainda é preciso cautela porque as informações são bastante preliminares.
Hoje, a OMS disse que a variante ômicron representa um risco global “muito alto” e poderá se espalhar pelos territórios de diferentes continentes de forma acelerada. A organização fez um apelo o para que doses de vacinas sejam distribuídas aos países mais pobres e que a mutação é prova de que a pandemia apenas vai ser controlada quando ela for freada em todas as partes.