missão espacial com cinzas humanas é alvo de polêmica

Módulo de aterrissagem está previsto para chegar à Lua em 23 de fevereiro. A missão conta com diversas cargas, como instrumentos enviados pela Nasa para estudar a composição da superfície lunar e de sinais de radiação.

Dentre os itens que vão à Lua, há cinzas de pessoas, como as do criador da série de ficção científica Star Trek, Gene Roddenberry. Duas empresas que fazem “velório espacial” são responsáveis por essas cargas: a Celestis e a Elysium Space —para depositar restos mortais na Lua, a Celestis, por exemplo, cobra a partir de US$ 13 mil (cerca de R$ 64 mil).

Indígenas Navarros, dos EUA, sugeriram o cancelamento do lançamento por causa das cinzas. Para eles, a Lua é um lugar sagrado e colocar restos humanos no local seria uma violência contra a tradição e a religião deles.

A sacralidade da Lua está profundamente arraigada na espiritualidade e na herança de muitas culturas indígenas, incluindo a nossa. Colocar restos mortais humanos na Lua é uma profanação deste corpo celeste reverenciado pelo nosso povo
Buu Nygren, representante dos Navarros, em comunicado de imprensa

Essa não é a primeira vez que restos humanos são depositados na Lua. Em 1998, a Nasa enviou os restos mortais de Eugene Shoemaker para a superfície do nosso satélite natural dentro de uma cápsula. Shoemaker é um dos fundadores da astrogeologia, que estuda as estruturas e a composição de corpos celestes, e a única pessoa com restos mortais no local.

Na época, o povo Navarro também se manifestou, e a Nasa se comprometeu a consultá-los nas próximas vezes. A questão é que a Vulcan Centaur é uma missão privada, e a Agência Espacial dos EUA não tem nenhum poder sobre a carga, apesar do papel consultivo do órgão.


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