Descoberta arqueológica na China revela ‘calendário celestial’ de 2 mil anos

Arqueólogos descobriram, na China, um tesouro intrigante dentro de uma tumba de 2 mil anos.

A descoberta revela um conjunto de 23 tiras de madeira, cada uma com aproximadamente 2,5 cm de largura e 10 cm de comprimento, gravadas com caracteres relacionados ao Tiangan Dizhi, um calendário astronômico tradicional chinês.

O achado é um marco inédito, pois representa a primeira vez que artefatos escritos associados a um calendário antigo são encontrados dentro de uma tumba na China.

Antiguidade e significado dos artefatos

Essas peças retangulares de madeira, perfuradas com pequenos buracos circulares em suas bordas.

Elas eram possivelmente amarradas e acredita-se que estivessem ligadas ao sistema Tiangan Dizhi, utilizado desde a dinastia Shang (1600 a.C. a 1045 a.C.).

Calendário chinês – Imagem: Chongqing Cultural Relics and Archaeology Research Institute/Reprodução

Cada tira pode ter representado um ano específico dentro do calendário de 60 anos; contudo, ainda permanece um mistério como eram utilizadas exatamente.

A tumba, localizada no distrito de Wulong, no sudoeste da China, guarda uma riqueza de artefatos que remontam à dinastia Han Ocidental (206 a.C. a 9 d.C.).

Entre os mais de 600 artefatos encontrados estão tigelas, caixas, potes, pratos de laca, utensílios de bambu, flautas musicais, objetos de cerâmica e bronze, demonstrando um legado cultural e uma época dourada na história chinesa.

O líder do projeto, Huang Wei, destacou que essa tumba é a mais bem preservada do sudoeste da China, testemunhando a importância e a posição de prestígio da pessoa ali enterrada.

O enigma do calendário antigo

Ed Krupp, astrônomo e especialista em antigos calendários, descreveu esses artefatos como únicos em seu tipo, oferecendo uma visão inédita das práticas de calendário da época.

No entanto, ele observou que essas tiras de madeira não funcionariam como um calendário convencional, mas possivelmente serviriam como marcadores específicos para referenciar anos dentro do ciclo de 60 anos.

A descoberta não só revela um enigma sobre a aplicação exata desses artefatos como calendário, mas destaca o prestígio e a posição social elevada da pessoa enterrada na tumba de Wulong, refletidos na riqueza e diversidade dos artefatos depositados com o falecido.

A descoberta desses objetos raros e a presença de um rico conjunto de artefatos na tumba de Wulong ressaltam a riqueza cultural e histórica da China antiga, oferecendo aos pesquisadores e entusiastas uma janela fascinante para as práticas e crenças de uma era longínqua.


PUBLICIDADE
Imagem Clicável