Além do solstício de verão, esta sexta-feira (22) também traz eventos astronômicos notáveis, como a conjunção da Lua com Júpiter e o “desaparecimento” de Mercúrio do céu noturno.
Para quem tem pressa:
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- Esta sexta-feira (22) é marcada por diversos eventos astronômicos;
- O primeiro é o solstício de dezembro, que indica o início do verão no hemisfério sul;
- Pela inclinação da Terra e seu movimento ao redor do Sol, este é o dia mais longo do ano;
- Também neste dia acontece a conjunção da Lua com Júpiter e a do Sol com Mercúrio, que desaparece no céu por duas semanas.
Finalizando a “turnê mensal” de dezembro pelos planetas do Sistema Solar, a Lua tem um encontro próximo com Júpiter às 9h30 da manhã (pelo horário de Brasília), quando ocorre o chamado appulse, termo que se refere à separação mínima aparente entre dois corpos no céu, de acordo com o guia de astronomia Starwalk Space.
A conjunção, em si, acontece quase duas horas mais tarde. O que diferencia as duas expressões é que, embora o termo “conjunção” também seja utilizado popularmente para representar uma aproximação aparente entre dois astros, tecnicamente, a conjunção astronômica só ocorre no momento em que eles compartilham a mesma ascensão reta (coordenada astronômica equivalente à longitude terrestre).
Este momento será às 11h24, quando a Lua vai passar a pouco mais de 2º ao norte de Júpiter. Do ponto de vista de um observador baseado em São Paulo, a dupla estará visível das 14h34 até quase 2h da madrugada. Ou seja, nem o appulse nem a conjunção poderão ser observados, mas a dupla ainda estará bem próxima no céu quando estiver acessível.
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A Lua estará com -12.5 de magnitude, e a de Júpiter será de -2.7, com ambos na constelação de Áries. Quanto mais brilhante um objeto parece, menor é o valor de sua magnitude (relação inversa). O Sol, por exemplo, que é o objeto mais brilhante do céu, tem magnitude aparente de -27.
O par não estará próximo o bastante para caber dentro do campo de visão de um telescópio, mas será visível a olho nu ou com um par de binóculos.
Mercúrio desaparece do céu
Nesta tarde, às 15h50, Mercúrio iniciará uma fase que os astrônomos chamam de “conjunção solar inferior”, passando entre a Terra e o Sol, de quem vai se aproximar a cerca de 46,2 milhões de km.
De acordo com o guia de observação astronômica In-The-Sky.org, isso acontece uma vez em cada ciclo sinódico do planeta, que é o período necessário para um corpo planetário chegar à mesma posição relativa ao Sol, quando observado a partir do nosso planeta – que no caso de Mercúrio é de 116 dias.
Na aproximação máxima com o Sol, Mercúrio vai estar em uma separação de apenas 2°08′ do astro, tornando-se inobservável por um longo período, enquanto estiver imerso na luminosidade solar. Essa fase marca o “desaparecimento” do planeta no céu noturno e sua transição para se tornar um objeto matinal nas próximas semanas.
Mas, quando ele volta a poder ser observado? Segundo Marcelo Zurita, presidente da Associação Paraibana de Astronomia (APA), membro da Sociedade Astronômica Brasileira (SAB), diretor técnico da Rede Brasileira de Observação de Meteoros (BRAMON) e colunista do Olhar Digital, Mercúrio retorna à paisagem celeste junto com o novo ano: em 1º de janeiro de 2024.
Mercúrio também passará pelo perigeu – seu ponto mais próximo da Terra – quase ao mesmo tempo em que entra em conjunção solar, atingindo uma distância de 0,68 Unidades Astronômicas (UA) do nosso planeta.
Isso significa que o menor planeta do Sistema Solar estará a “apenas” 101,2 milhões de km de distância da Terra, o que o deixaria muito maior às nossas vistas, caso pudesse ser observado.